Atividade produtiva individual ou de pequenos grupos de pessoas em que o trabalhador é dono dos meios de produção e do produto de seu trabalho. No artesanato, usam-se instrumentos de trabalho rudimentares, a divisão do trabalho é elementar (o artesão executa todas ou quase todas as etapas da produção) e a produção pode destinar-se ao consumo próprio ou ao mercado. A atividade artesanal, presente em toda a história do homem, adquiriu feição própria no Neolítico. Na Antiguidade Clássica, era executada sobretudo pelos escravos domésticos no âmbito da propriedade patriarcal. Sua importância na história econômica vem da Idade Média, quando se tornou uma das principais atividades dos homens livres que viviam nas cidades nascentes. Antes, no início do feudalismo, o trabalho artesanal era realizado na casa do próprio camponês ou pelos servos artesãos no castelo feudal: o camponês medieval, para vestir-se, tinha de tosquiar a ovelha, fiar, tecer e costurar. Somente a partir do século XII, com o desenvolvimento do comércio e das cidades, foi que se processaram modificações na organização do trabalho artesanal: o artesão deixou a agricultura e passou a dedicar-se exclusivamente ao seu ofício. Surgiu então o sistema de corporações (onde trabalhavam mestres e aprendizes), que produziam para um mercado pequeno, mas em desenvolvimento. Isso perdurou até o século XVI. Mas, daí ao século XVIII, à medida que aumentava a demanda de produtos nas cidades e se aperfeiçoavam os instrumentos de trabalho, o artesão foi perdendo sua independência, passando a ser tarefeiro de um comerciante ou de um manufatureiro rico, ou simplesmente assalariado. Com o advento da Revolução Industrial (séculos XVIII-XIX), o artesanato tornou-se, na Europa, uma atividade produtiva marginal. O artesão foi substituído pelo operário, que realiza apenas uma operação no processo de produção. Atualmente, o artesanato constitui atividade importante entre os povos tribais e ainda expressiva em economias subdesenvolvidas. Embora muito desenvolvido nos países orientais, é valorizado nas sociedades industriais do Ocidente, sobretudo em termos estéticos. Veja também Corporação.