Empresa cuja atividade básica consiste em guardar dinheiro ou valores e conceder empréstimos. O banco executa várias outras operações conexas, como pagamento e cobrança em nome de terceiros, venda e desconto de títulos e operações com moedas estrangeiras. Na prática, a atividade bancária diminui a necessidade de dinheiro para a realização de negócios e transações, sobretudo na medida em que “cria” dinheiro na forma da chamada moeda escritural (os depósitos bancários, movimentados por meio de cheques). A origem dos bancos confunde-se com a própria moeda, sobretudo quando esta começou a ser negociada em cima de bancos de madeira (daí a expressão) nos mercados da Antiguidade. Estudos arqueológicos comprovam a existência de atividades bancárias na Babilônia e na Fenícia. Tais atividades decorriam das dificuldades de transporte, que faziam com que muitos negociantes confiassem aos “banqueiros” a incumbência de efetuar pagamentos e cobranças em lugares distantes. Na Grécia, os primeiros centros bancários conhecidos (Delfos, Éfeso) estavam ligados aos templos religiosos, que funcionavam como lugares seguros para aqueles que quisessem guardar seus tesouros. A partir do século IV a.C. surgem os banqueiros laicos, chamados “trapezistas” (do grego trapezión, que significa “banca”, “mesa pequena”). Em Roma, no século II a.C., as operações bancárias eram privilégio de uma categoria de cidadãos, os publicanos, mas na época imperial surgem os argentarii ou mensarii, cuja principal ocupação era o câmbio de moedas estrangeiras, mas que também aceitavam depósitos e faziam empréstimos. Na Idade Média, a atividade bancária deixou de existir até o século XI, quando ressurgiu em íntima ligação com o desenvolvimento do comércio. Judeus, lombardos e os membros da Ordem dos Templários destacaram-se na nova atividade. Os templários enriqueceram extraordinariamente o patrimônio da ordem, financiando as Cruzadas; atribui-se a eles a criação dos arbítrios de câmbio e da contabilidade por partidas dobradas. Em grandes feiras comerciais, como as de Champagne e Lyon, na França, faziam-se grandes operações de câmbio e, para evitar o transporte de volumosas somas de dinheiro, criou- se a letra de pagamento. A extraordinária expansão do comércio no Renascimento e no século XVII foi a responsável pelo aparecimento de grandes banqueiros (Medici, Fugger) e numerosos estabelecimentos bancários, como a Casa di San Giorgio (Gênova, 1586), Banco di Rialto (Veneza, 1587), Banco di Sant’Ambrosio (Milão, 1593), Banco de Amsterdã (1609), Banco de Hamburgo (1619) e Banco de Roterdã (1635); nessa época, surgem a letra de câmbio e a técnica do desconto. No século XVII, foi importante a participação dos banqueiros (ourives) londrinos que, aceitando depósitos a vista, passaram a empregar o cheque. Foi também nesse século que os bancos passaram a emitir dinheiro. Em virtude dos abusos que se cometeram nessa função, o Estado interveio, reservando-se o direito de emissão e criando estabelecimentos especializados; o primeiro banco emissor oficial foi o Banco da Inglaterra, fundado em 1694. No século XIX, em íntima ligação com a extraordinária expansão do comércio e da indústria, surgiram poderosas organizações bancárias. Na atualidade, podem-se distinguir vários tipos de bancos, conforme sua especialidade. O banco comercial (também chamado banco de depósitos) é o tipo mais comum. Faz operações de depósitos, empréstimos a curto prazo, descontos, saques, cobranças, câmbio, além de prestar serviços como transferência de dinheiro e recebimento de impostos, entre outros. O banco de investimento opera no recebimento e aplicação de recursos a longo prazo, por meio de instrumentos financeiros como repasse de recursos do exterior, financiamento a capital de giro, emissão de certificados de depósito, letras de câmbio e outros títulos. O banco de desenvolvimento (ou de fomento) é especializado na aplicação de recursos exclusivamente no incremento de uma atividade, industrial ou agrícola, de particular interesse para a economia do país. O banco de exportação dedica-se a operações de intercâmbio comercial com outros países (um exemplo é o Eximbank, dos Estados Unidos). O banco hipotecário trabalha com empréstimos sob garantia de hipoteca imobiliária. Veja também Banco Central; Caixa Econômica; Moeda.