No sentido microeconômico, capital financeiro significa todas as parcelas do capital de uma empresa que se encontram em estado de liquidez, isto é, podem ser transformadas em qualquer ativo físico de forma imediata. Do ponto de vista macroeconômico, é todo capital empregado nos mercados de títulos (Bolsas de Valores, Bolsas de Mercadorias) e todo aquele movimentado pelos bancos e instituições financeiras em geral. O capital financeiro pode também ser entendido como o capital representado por títulos, obrigações, certificados e outros papéis negociáveis e que podem ser convertidos em dinheiro com rapidez. Do ponto de vista histórico, é o capital que se forma pela fusão do capital dos monopólios bancários e industriais nos países imperialistas. A existência do capital financeiro e a consequente aparição de uma oligarquia financeira constitui uma das características fundamentais do imperialismo. A formação do capital financeiro, que corresponde às últimas décadas do século passado e primeiras do século atual, resultou da elevada concentração e centralização do capital nos setores industrial e bancário desenvolvidas especialmente na Europa durante o período anterior. De acordo com Lênin, em sua obra O Imperialismo, Fase Superior do Capitalismo, “a concentração da produção, os monopólios que surgem dessa concentração, a fusão ou união dos bancos com a indústria, tal é a história do nascimento do capital financeiro e o conteúdo desse conceito”. Utilizando recursos monetários livres, os bancos não apenas concedem às empresas industriais empréstimos a curto prazo, mas também créditos a médio e longo prazos. Com isso obtêm a possibilidade de participar no desenvolvimento e na administração das empresas, como também de influir em seu próprio destino. Por outro lado, os recursos dos bancos transferem-se também para a indústria, mediante a compra de ações, o que permite a criação de um “sistema de participações” por meio do qual um pequeno capital bancário passa a controlar somas muito superiores de capitais industriais. Ao mesmo tempo se dá a concentração e a centralização do próprio capital financeiro com a formação de grandes conglomerados que passam a influir não apenas na direção de um setor, mas de toda a economia nacional, projetando-se no plano internacional. A dominação que os países imperialistas exercem sobre os países subordinados ocorre em grande medida por meio do capital financeiro.