Nasceu no Rio de Janeiro e desenvolveu seus estudos de sociologia em São Paulo, onde se graduou e se tornou professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. Entre 1964 e 1968, trabalhou na Cepal (Comissão Econômica para a América Latina) e na Flacso (Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais) em Santiago no Chile e lecionou na Sorbonne em Paris, na França. Em 1969, foi um dos fundadores do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento). Em 1978, elegeu-se suplente de senador por São Paulo, assumindo o mandato quando o titular André Franco Montoro tornou-se governador daquele estado em 1983. Em 1986 elegeu-se senador por São Paulo e, em outubro de 1992, tornou- se ministro das Relações Exteriores no governo Itamar Franco. Em maio de 1993, foi nomeado ministro da Fazenda. Em 3 de outubro de 1994, foi eleito presidente da República para o período 1º/1/1995-31/12/1998, e em outubro de 1998, foi reeleito para o período seguinte (1999-2002). Durante seu primeiro governo, as preocupações mais importantes foram centradas na manutenção do Plano Real. Como resultado desses esforços, embora a inflação permanecesse em níveis muito baixos com alguns períodos até de deflação, não foi possível manter o equilíbrio das contas do governo e, a partir de 1995 até 1998, foram registrados déficits públicos crescentes. Além disso, a valorização do real em relação ao dólar dos Estados Unidos provocou desequilíbrios na balança comercial e no balanço de pagamentos, observando-se nesse período déficits crescentes em transações correntes. A dependência em relação aos recursos externos aumentou e em três ocasiões (março de 1995, outubro de 1997 e agosto-setembro de 1998), equivalentes a momentos de turbulência nos mercados financeiros internacionais, o real sofreu ataques especulativos, tendo superado todos embora com um custo significativo: elevação desmensurada das taxas de juros com os efeitos recessivos correspondentes. No início de 1999 (em janeiro), o real não resistiu a um novo ataque especulativo e sofreu forte desvalorização com a substituição do sistema de bandas cambiais por um sistema de taxas flutuantes de câmbio, cujo efeito mais visível é a volta do processo inflacionário e o agravamento da recessão. Durante o primeiro período presidencial, foram iniciadas várias reformas, destacando-se a previdenciária, a tributária e a administrativa como as mais significativas do ponto de vista econômico. Durante esse mandato, foi acelerado também o programa nacional de desestatização, tendo sido privatizadas várias empresas importantes como a Vale do Rio Doce (1997), o sistema Telebrás (1998) e as energéticas do sistema Eletrobrás (1997-1998). Fernando Henrique Cardoso foi reeleito presidente da República em 1998, e seu segundo mandato estendeu-se até 2002. Durante esse segundo mandato, a economia brasileira sofreu um ataque especulativo no início de 1999, e o real foi fortemente desvalorizado gerando uma considerável pressão inflacionária. Em 2001, em função da falta de chuvas e investimentos insuficientes no setor elétrico, o país foi submetido a um racionamento de energia que afetou o crescimento econômico, o que, somado à crise na Argentina, lançou o país na recessão. Em 2002, as incertezas trazidas pelas eleições presidenciais agravaram esse quadro recessivo, além de ter causado também uma forte especulação cambial e pressões inflacionárias consideráveis. Esse quadro adverso se estendeu até 2003 (já no governo de Luís Inácio Lula da Silva) quando a inflação foi controlada, mas o quadro recessivo ainda perdurava. Seus livros mais importantes são: Autoritarismo e Democratização (1975) Capitalismo e escravidão no Brasil meridional: o negro na sociedade escravocrata do Rio Grande do Sul (1962); Homem e sociedade: leituras básicas de sociologia geral em colaboração com Octavio Ianni, 1966; Dependência e desenvolvimento na América Latina: ensaio de interpretação sociológica em colaboração com Enzo Falleto, 1970.