Organização social formada por camadas fechadas e distribuídas hierarquicamente segundo padrões étnicos, religiosos e ocupacionais. Transmitido individualmente pela hereditariedade, o sistema de castas obedece a um conjunto de valores rígidos que fixa para cada casta seus direitos e obrigações, bem como a forma de relacionamento entre elas. O sistema de castas mais conhecido é o da Índia, mas ocorre também no Ceilão e existiu no Egito Antigo. Para muitos estudiosos do tema, todas as sociedades escravistas (até mesmo do Império brasileiro) baseavam-se num sistema de castas. O sistema indiano tem quatro castas: os brâmanes (sacerdotes), os xátrias (guerreiros), os vaixás (mercadores) e os sudras (camponeses e trabalhadores); há ainda os párias, indivíduos socialmente desqualificados que não integram nenhuma das castas socialmente reconhecidas e que, em muitas regiões, formam o principal contingente de trabalhadores braçais. As pessoas só podem se casar dentro da mesma casta, são obrigadas a partilhar os mesmos rituais religiosos, os mesmos alimentos e a mesma profissão, transmitida de pai para filho. A mobilidade social nesse sistema é mais uma questão coletiva do que individual: uma pessoa poderá melhorar sua condição dentro do grupo, mas só elevará sua posição de casta se o fenômeno atingir toda a sua família ou sua linhagem. Para Max Weber, essa rigidez social contribuiu para manter a sociedade indiana em situação de imobilismo, impedindo que a produção artesanal realizada nas oficinas avançasse para um sistema fabril. Isso porque numa oficina só trabalhavam pessoas pertencentes à mesma casta e a inovação tecnológica era condenada pela tradição. O sistema de castas na Índia foi profundamente abalado a partir da dominação inglesa e, mais tarde, pelo desenvolvimento industrial do país. Mesmo assim, as castas persistem com grande força nas zonas rurais.