Medida de concentração, mais frequentemente aplicada à renda, à propriedade fundiária e à oligopolização da indústria. O coeficiente de Gini é medido pela relação ou pela fórmula geral
[INSERIR FÓRMULA E GRÁFICOS]
sendo xi a porcentagem acumulada da população (pessoas que recebem renda, proprietários de terra, indústrias etc.) até o estrato i; yi, a porcentagem acumulada da renda, área, valor da produção etc., até o estrato i; e n, o número de estratos de renda, área, valor da produção etc. Aumentando a concentração da renda, da propriedade fundiária ou do valor da produção, cresce a curvatura da curva de Lorenz e, portanto, a área entre a curva e a linha que passa a 45º no gráfico. O índice ou coeficiente de Gini se aproximaria de 1, refletindo o aumento da concentração. Se a distribuição da renda, da propriedade da terra, do valor da produção industrial etc. fosse igualitária, a curva de Lorenz coincidiria com a linha de 45º e o coeficiente de Gini seria igual ou muito próximo de zero. Os valores do coeficiente de Gini variam, portanto, entre 1 e zero; quanto mais próximo de 1 for o coeficiente, maior será a concentração na distribuição de qualquer variável, acontecendo o contrário à medida que esse coeficiente se aproxima de zero. O coeficiente será igual a 1 menos a soma das áreas b1 + b2, como pode ser visto no Gráfico 2. Portanto, quanto menores forem as áreas a1 e a2, mais equitativa será a distribuição da renda; e quanto maiores forem essas áreas, mais desigualmente a renda estará distribuída. Nos Gráficos 3, 4 e 5 podemos identificar três níveis de distribuição da renda. No 3 temos o ponto P1 indicando que 50% da população se apropriam de 24% da renda, 90% dela obtêm 72% da renda — sendo que os 10% mais ricos se apropriam de 28%. No Gráfico 4, a distribuição é menos desigual (a curva está mais próxima da linha de 45 graus), pois 50% da população se apropriam de 32% da renda, 90% obtêm 81% e os 10% mais ricos ficam com 19% da renda. O Gráfico 5 revela uma distribuição da renda mais desigual (a curva está mais distante da linha de 45º), pois 50% da população obtinham apenas 14% da renda, 90% cerca de 56% dela e os 10% mais ricos se apropriavam de 44% da renda. O coeficiente de Gini pode ser calculado também para outras distribuições, como, por exemplo, a propriedade da terra; em 1984, no Brasil, esse coeficiente alcançava 0,839, indicando uma elevada concentração. No caso da renda, esse coeficiente era 0,622 em 1972, caindo para 0,552 em 2005. Apesar da redução, o Brasil ainda conserva um dos índices mais elevados do mundo, superado apenas por alguns países, entre eles a Namíbia, com um coeficiente de 0,707 em 1993. Países como a Suécia têm coeficientes bem mais baixos (0,250 em 2000). Os Estados Unidos apresentavam um coeficiente de 0,408 em 2000 e a China um coeficiente de 0,447 em 2001. Veja também Lorenz, Curva de.