A principal característica dos Currency Boards é a garantia de trocar moeda nacional numa taxa determinada e fixa por reservas de moeda estrangeira. O Currency Board pode atuar também como um órgão emissor de moeda nacional contra lastro de moeda estrangeira mantida em reserva. Nessa medida, as emissões no Currency Board não são fiduciárias, ou melhor, sua aceitação decorre do fato de a moeda ser conversível a qualquer momento e em qualquer quantidade por moeda forte (que se encontra em reserva). Esse sistema foi muito utilizado nas colônias inglesas da África, Ásia, Caribe e Oriente Médio até a independência, e em alguns casos de crise ou de forte instabilidade política, como aconteceu durante a guerra civil na Rússia, entre 1918 e 1921, nas regiões do Norte dominadas pelos Brancos (contrarrevolucionários). Comitês da Moeda existiram em Cingapura, Brunei, Hong Kong e na Estônia, depois da separação da ex-União Soviética. A ideia da introdução de um Currency Board no Brasil vem sendo discutida pelas autoridades monetárias como um dos instrumentos para evitar a hiperinflação e/ou dotar a moeda nacional de estabilidade. A condição prévia, no entanto, para que se estabeleça o Currency Board, é a existência de reservas em quantidade suficiente para sustentar as emissões de moeda para a movimentação dos negócios numa economia. É necessário também que essas reservas se mantenham dentro de certos limites, isto é, que a conversibilidade não provoque sua redução a ponto de inviabilizar o próprio sistema. Depois da crise financeira no Sudeste Asiático durante o segundo semestre de 1997, a Indonésia vem tentando implantar esse sistema para aumentar a confiança da população na rúpia, mas as autoridades do FMI condicionaram um vultoso empréstimo a que o governo daquele país não adotasse aquele sistema, pois a moeda local e a taxa de câmbio permaneceriam engessadas, o que poderia não contribuir para que o país obtivesse os necessários superávits comerciais.