O termo está relacionado com a teoria dos jogos e a teoria da decisão, e refere-se ao caso em que criminosos são submetidos a um interrogatório separadamente. Cada criminoso sabe que se ninguém confessar sua própria participação e a dos demais no crime, ele será libertado, ou no máximo terá uma pena muito pequena. Mas se um deles confessar, e os demais não o fizerem, o que confessou poderá ser libertado, enquanto os outros sofrerão pesadas penas. Se todos confessarem, todos receberão penas, embora menos severas do que se apenas um confessar. O incentivo, nesse caso, para o indivíduo racional é confessar e deixar os demais sofrerem as consequências. Porém, se todos forem racionais e agirem dessa forma, o resultado para todos será pior do que seria se todos pudessem entrar num acordo prévio para ninguém confessar. Este caso busca ilustrar como o comportamento racional no âmbito microeconômico pode produzir um resultado aparentemente irracional na esfera macroeconômica. Examinemos um exemplo numérico. Suponhamos que dois criminosos sejam presos. Os policiais os mantêm em separado e os interrogam da seguinte maneira: um policial diz para o criminoso 1: a) se você confessar e seu cúmplice também, vocês pegarão 6 anos de cadeia (corresponde ao primeiro quadrante do gráfico –6, –6); b) Se você não confessar e seu cúmplice confessar, isto é, se ele o trair, você passará 12 anos na prisão e ele apenas 1 (corresponde à situação do terceiro quadrante –12, –1); se você confessar, traindo seu cúmplice, e este não confessar, você será beneficiado pela delação premiada e terá uma pena de 1 ano e o outro passará 12 anos na cadeia (situação do segundo quadrante –1, –12). Ambos os criminosos sabem que se não confessarem, a polícia tem apenas algumas provas de crimes de menor monta cometidos anteriormente e que significariam no máximo uma pena de 2 anos (situação do quarto quadrante –2, –2). Qual será a melhor decisão para o criminoso 1? Para o criminoso 1 o melhor será confessar, pois se o seu cúmplice não confessar, ele passará apenas 1 ano na prisão (e o outro, 12); se o outro confessar também, ele passará 6. Mas o risco de não confessar é muito elevado, pois se ele não confessar e outro o fizer, ele poderá passar 12 anos na prisão (e o outro, apenas 1). Não confessar esperando que o outro também não o faça, significa uma pena de 2 anos, em todo caso superior àquela que existiria para o caso de o primeiro confessar e o outro não. A melhor estratégia para ambos, portanto, é confessar. Mas se cada um perseguir seus fins individuais mais egoístas, o resultado final será uma pena de 6 anos para ambos. Isto significa que nem sempre ao perseguir os interesses particulares mais imediatos os agentes econômicos obtêm um resultado geral mais favorável. Veja também Equilíbrio de Nash; Teoria dos Jogos.
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