Pensador francês, foi um dos criadores da sociologia científica. Para ele, os fatos sociais devem ser estudados como “coisas”, independentes das consciências individuais, assim como os fenômenos físicos. Opôs-se à tendência de transformar a sociologia num simples raciocínio dedutivo a partir de leis universais, como pretendia Augusto Comte e seus seguidores positivistas. O que caberia à sociologia seria procurar leis que expressassem com precisão as relações empíricas entre os grupos sociais. Para isso, seriam necessários dois requisitos: a existência de um objeto específico — o fato social — e a possibilidade de se observar e explicar esse objeto de modo análogo ao das demais ciências. Em seu primeiro grande livro, Da Divisão do Trabalho Social, 1893, Durkheim caracteriza a sociedade moderna pelo aumento da divisão do trabalho social, exigido pela crescente complexidade das atividades econômicas. Isso instaura um tipo de solidariedade que ele chama de “orgânica”, baseada na diferenciação dos indivíduos; ela se contrapõe à solidariedade mecânica, característica das sociedades sem escrita, onde os indivíduos diferem pouco entre si e partilham os mesmos valores e sentimentos. Num livro posterior, O Suicídio, Estudo Sociológico, 1897, trata a divisão orgânica do trabalho como um desenvolvimento normal e desejável para as sociedades humanas, pois aumentaria a iniciativa pessoal em substituição à autoridade da tradição, mas ressalva que é necessário que a tarefa de cada um corresponda a seus desejos e aptidões.