Caracterizada pela importância primordial concedida à História no estudo do processo econômico, surgiu em 1840, na Alemanha, como reação à escola econômica clássica e teve influência durante cerca de quatro décadas. Seus principais componentes, na primeira fase (1840-1860), foram Wilhelm Roscher (1817-1894), Bruno Hildebrand (1812-1878) e Karl Knies (1821-1898). Em sua crítica ao classicismo, a escola histórica alemã nega que as leis econômicas possam ter validade universal, argumentando que não podem ser consideradas absolutas e de atuação perpétua, mas, ao contrário, devem ser relativas e variáveis com o tempo e o lugar. Rejeitando o processo dedutivo como método, enfatizou o relativismo. Ao mesmo tempo, insistiu sobre a unidade da vida social, afirmando que existe uma interação estreita entre os diferentes aspectos sociais, o que tornaria impossível a uma única ciência esgotar o campo a ser investigado. A primeira obra que marca a escola histórica alemã é a de W. Roscher, Grundriss zu Vorlesungen über die Staatswirtschaft nach geschichtlicher Methode (Esboço de um Curso de Economia Política Segundo o Método Histórico), 1843, que se baseia nos métodos da escola do direito de Savigny e considera o empirismo histórico a base de toda pesquisa econômica. Sem muita clareza de método, Roscher utiliza o material histórico como ilustração e fonte de inspiração dos problemas econômicos. Com Bruno Hildebrand, que publica em 1848 Die Nationalökonomie der Gegenwart und Zukunft (A Economia Política do Presente e do Futuro), a escola histórica torna-se mais explicativa, procurando formular leis do desenvolvimento econômico, e mais consistente na oposição ao classicismo. Hildebrand nega a pretensão da escola clássica de ter encontrado as leis da economia natural, válida em todos os tempos, e distingue os problemas econômicos práticos da análise teórica, à qual se dedica. Propõe-se ainda estudar a evolução da experiência econômica humana, para chegar a uma história econômica da cultura, que se desenvolveria junto com outros ramos da história e da estatística. Karl Knies foi mais preciso na exposição dos problemas metodológicos da escola. Em Die politische Ökonomie von Standpunkte der geschichtlichen Methode (A Economia Política do Ponto de Vista do Método Histórico), 1883, revela-se um crítico mais sistemático da escola clássica que Roscher e Hildebrand, aos quais se opõe, mostrando que Roscher confunde diferentes ramos da investigação econômica e criticando as leis do desenvolvimento de Hildebrand por fazerem concessões à teoria pura. Sustenta que o método histórico é a única forma legítima de economia, que não poderia proporcionar leis como as ciências físicas, mas apenas descobrir certas regularidades no desenvolvimento social, sugerindo analogias. Propõe ainda aos economistas que evitem polêmicas metodológicas, mas produzam obras sobre os problemas econômicos do ponto de vista histórico. A escola histórica alemã teve continuidade com Gustav Schmoller (1838-1917) e seus discípulos Adolph Wagner e K. Bücher, inaugurando, a partir de 1870, uma segunda fase basicamente positiva e descritiva, e desenvolvendo uma forte tendência para a investigação histórico-econômica. Já não se nega a existência de leis sociais, mas coloca-se em dúvida a capacidade do método clássico para desvendá- las. Também não se procura formular leis gerais do desenvolvimento, mas simplesmente analisar os fatos econômicos e as instituições, argumentando que os mecanismos econômicos são relativos às instituições do momento. A nova escola histórica alemã tornou-se conhecida também por entrar em conflito com os marginalistas, na chamada “controvérsia sobre o método” (o Methodenstreit), que durou duas décadas. A polêmica foi iniciada pelo marginalista austríaco Carl Menger, com a publicação de seu Untersuchungen über die Methode der Sozialwissenschaften und der Politischen Ökonomie insbesondere (Pesquisas sobre o Método das Ciências Sociais e da Economia Política em Especial), 1883. Menger usa a discussão do método das ciências sociais em geral para atacar as ideias da escola histórica, argumentando que, se é necessária uma base histórica para a solução dos problemas econômicos, não se poderia dispensar a utilização dos conceitos gerais nem a procura de regularidades sob a forma de leis.