Limites superior e inferior nas taxas de câmbio entre dois países que participavam de um sistema de padrão-ouro. Quando esses limites ou pontos eram atingidos, tornava-se mais rentável transferir o ouro do que comprar divisas estrangeiras. A operação desse mecanismo consistia no seguinte: no sistema do padrão-ouro (1870-1914), havia uma grande estabilidade nas taxas de câmbio, e tal estabilidade devia-se, pelo menos em parte, a um mecanismo de compensação denominado gold- points. Se, por exemplo, a taxa de câmbio ou a paridade entre duas moedas fortes atreladas ao padrão-ouro, como a libra esterlina e o dólar dos Estados Unidos, fosse 1 £ = 4 US$, e, por alguma razão de mercado, a demanda pela moeda inglesa no mercado norte-americano aumentasse de intensidade, o preço da libra esterlina ultrapassaria a paridade fixada de 1 para 4. Nesse caso, para aqueles que necessitassem adquirir libras esterlinas, seria mais interessante liquidar suas obrigações no exterior, não na moeda inglesa, mas sim em ouro monetário (ou amoedado). A remessa de ouro monetário, no entanto, demandaria um certo custo em frete, seguro etc. Se, por exemplo, este custo fosse equivalente a 10 centavos de dólar, a cotação da libra esterlina nos Estados Unidos jamais poderia ultrapassar 4,10 dólares, pois se isto ocorresse, seria mais vantajoso enviar o ouro monetário para saldar compromissos externos, pois, mesmo com o acréscimo dos custos de envio, ainda seria um preço por libra inferior ao praticado no mercado entre as duas moedas. Esse valor era denominado gold-point de saída, pois, acima dele, o ouro sairia dos Estados Unidos. Ao contrário, se a cotação da libra esterlina caísse no mercado norte- americano, isso não poderia dar-se abaixo dos 3,90 dólares, pois, para qualquer valor inferior, seria vantajoso para aqueles que dispusessem de libras na Inglaterra — como os bancos norte-americanos, por exemplo — convertê-las em ouro e enviar o ouro para os Estados Unidos. Esse ponto era denominado, por essa razão, gold-point de entrada, pois, abaixo dele, o ouro, em vez de sair, fluiria para o mercado interno dos Estados Unidos. Por esta razão, as flutuações cambiais eram muito pequenas e demarcadas pelos custos de transferência de ouro monetário de um país para outro. O gráfico a seguir mostra estes limites de flutuação:
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GOLD-POINTS