Expressão em japonês cuja tradução literal corresponde a “indução administrativa” e que significa o processo mediante o qual os organismos governamentais japoneses obtêm a adesão de indivíduos e/ou empresas a políticas e práticas consideradas desejáveis pelo governo. Embora não exista um vínculo legal que induza as empresas a seguir tais orientações governamentais, algumas sanções informais são impostas àquelas que não aderem voluntariamente. Essa prática intervencionista não é nova no Japão, onde os burocratas tiveram sempre grandes poderes administrativos para inspirar e propor legislação que permitisse uma canalização de esforços da sociedade — especialmente no campo econômico — para a realização de grandes objetivos nacionais. Mas esta tendência se manifestou de maneira especial depois da Segunda Guerra Mundial, durante a fase de reconstrução do país, quando foram aprovados dispositivos legislativos permitindo ao governo determinar diretamente planos de investimentos para setores estratégicos, como o refino de petróleo, indústria naval e a marinha mercante, assim como planos de racionalização de outros setores industriais. A indução administrativa é realizada concretamente por meio de vários mecanismos de comunicação de diretrizes, sugestões, avisos, advertências e estímulos, mas, geralmente, tais recomendações são emanadas do Shingikai, isto é, do Conselho Deliberativo Ministerial, que é uma divisão do poderoso Ministério da Indústria e do Comércio Internacional (Miti). A partir de 1970, a resistência do setor empresarial à “indução administrativa” aumentou bastante, na mesma medida em que vários setores se tornaram menos dependentes dos auxílios governamentais e que, mediante o incremento da produtividade, passaram a prescindir do forte protecionismo, que foi uma das características do desenvolvimento japonês no pós-guerra.