Economista inglês da corrente marginalista contemporânea, teórico do valor subjetivo e do equilíbrio econômico geral. Professor na Universidade de Oxford (1952-65), recebeu o Prêmio Nobel de Economia de 1972 (com Kenneth Arrow). Num artigo de 1934, junto com R.G. Allen, A Reconsideration of the Theory of Value (“Uma Reconsideração da Teoria do Valor”), Hicks iniciou uma nova exposição de Marshall, utilizando-se do conceito de curvas de indiferença de Pareto. O artigo foi ampliado em seguida em sua obra mais importante, Value and Capital (Valor e Capital), 1939, em que procura realizar uma exposição definitiva da teoria do valor subjetivo e da teoria marginalista do equilíbrio geral. Hicks tenta demonstrar as deficiências da versão de Marshall da conduta do consumidor e mostrar que o método de Pareto permite superá-las, desenvolvendo e complementando o próprio método das curvas de indiferença. Argumenta que a teoria de Marshall continua baseando-se nos conceitos de utilidade decrescente, embora desde a obra de Menger se negasse a possibilidade de medir a utilidade. Segundo Hicks, a análise das curvas de indiferença permite superar essa dificuldade, proporcionando um sistema de equilíbrio que exige menos dados que o método da utilidade marginal. Assim, em vez do princípio da utilidade decrescente, Hicks utiliza o que chama de taxa marginal de substituição, que mede uma série de combinações de quantidades entre duas mercadorias mais ou menos preferidas ou indiferentes ao consumidor. Na obra A Contribution to the Theory of the Trade Cycle (Uma Contribuição à Teoria do Ciclo Econômico), 1950, Hicks elaborou uma teoria baseada na distinção entre investimento induzido (do tipo interno), dirigido pelo desenvolvimento normal do crescimento econômico, e investimento autônomo (de origem externa), demonstrando, por meio de modelos matemáticos, como o princípio do acelerador pode levar a vários tipos de flutuações. Entre suas obras destacam-se ainda The Theory of Wages (A Teoria dos Salários), 1932; A Revision of Demand Theory (Uma Revisão da Teoria da Demanda), 1956; Capital and Growth (Capital e Crescimento), 1965; Critical Essays in Monetary Theory (Ensaios Críticos sobre a Teoria Monetária), 1967; A Theory of Economic History (Uma Teoria da História Econômica), 1969; The Crisis of Keynesian Economics (A crise da Economia Keynesiana), 1975, e Capital and Time: A Neo-Austrian Theory (Capital e Tempo: Uma Teoria Neo-austríaca), 1976.