Economista e reformador social inglês. Precursor de Keynes, sustentou que a causa fundamental da crise econômica é a predominância da poupança em detrimento do consumo, com a consequente queda da produção. Socialista fabiano, Hobson definia- se como um herético entre os economistas de sua época. Recusando-se a separar a economia da ética, opunha ao bem-estar econômico o bem-estar humano. Criticou a teoria marginalista da utilidade final como uma “futilidade final”, procurando substituí-la por uma nova análise da distribuição da renda. A principal contribuição de Hobson foi a explicação das crises econômicas pelo subconsumo, desenvolvida em Physiology of Industry (Fisiologia da Indústria), 1889, livro escrito em colaboração com A.F. Mumery. Essa teoria do subconsumo baseia-se na ideia de que os gastos do capital e do consumo experimentam um desequilíbrio entre si devido ao excesso da poupança de uma minoria privilegiada, que freia a utilização dos meios de produção disponíveis. Defende um investimento constante da poupança como meio de incentivar a demanda de bens, tese que seria desenvolvida mais tarde por Keynes, em sua Teoria Geral (1936). Numa obra posterior sobre o problema do desemprego, Hobson argumenta que a repartição injusta da renda é um dos fatores que provocam o excesso de poupança e a insuficiência do consumo. Acrescenta que a solução para a crise estaria na realização de obras públicas financiadas pelo Estado. Outra contribuição importante de Hobson está na obra Imperialism: A Study (Imperialismo: Um Estudo), 1902. Após comparar as despesas públicas feitas nos empreendimentos coloniais e os lucros dos capitalistas, argumenta que a Inglaterra deveria abandonar o imperialismo por basear-se em impostos elevados dos contribuintes para sustentar ganhos particulares. Repleto de dados e cifras, o livro foi frequentemente utilizado por autores marxistas como Hilferding e Lênin. Militante do Partido Trabalhista inglês desde 1914, suas ideias desempenharam um importante papel na evolução da doutrina do partido. Além de numerosos artigos e panfletos, publicou 35 livros, destacando-se, além dos citados, The Evolution of Modern Capitalism (A Evolução do Capitalismo Moderno), 1894; The Industrial System (O Sistema Industrial), 1909; Work and Wealth (Trabalho e Riqueza), 1914; The Economics of Unemployment (A Economia do Desemprego), 1922, e Confessions of an Economic Heretic (Confissões de um Herege em Economia), 1938.