Modalidade de intervenção do Estado na vida econômica, com a qual não se atinge totalmente a autonomia da empresa privada, e que prega a adoção, no todo ou em parte, das políticas sugeridas na principal obra de Keynes, A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, 1936. Tais políticas propunham solucionar o problema do desemprego pela intervenção estatal, desencorajando o entesouramento em proveito das despesas produtivas, por meio da redução da taxa de juros e do incremento dos investimentos públicos. As propostas da chamada “revolução keynesiana” foram feitas no momento em que a economia mundial sofria o impacto da Grande Depressão, que se estendeu por toda a década de 30 até o início da Segunda Guerra Mundial. Suas ideias influenciaram alguns pontos do New Deal, o programa de recuperação econômica de Franklin D. Roosevelt (1933-1939). De fato, sob o estímulo de grandes despesas governamentais, impostas pelo conflito mundial, a crise do desemprego deu lugar à escassez de mão de obra na maioria dos países capitalistas. Para a maioria dos economistas, era a comprovação da eficácia das propostas keynesianas. Surgiu a convicção de que o capitalismo poderia ser salvo, desde que os governos soubessem fazer uso de seu poder de cobrar impostos, reduzir juros, contrair empréstimos e gastar dinheiro. Após 1945, a teoria econômica keynesiana converteu-se em ortodoxia, tanto para os economistas quanto para a maioria dos políticos. O keynesianismo lançou raízes principalmente nos Estados Unidos, temerosos de que o regresso dos veteranos de guerra pudesse provocar nova depressão. Em 1946, foi aprovada a Lei do Emprego, que transformou em obrigação legal do governo manter o pleno emprego mediante empréstimos e financiamentos de obras públicas. No período imediatamente posterior à guerra, a política econômica e uma parcela importante dos trabalhos teóricos dos keynesianos centraram-se no problema da manutenção do pleno emprego. Assim, as pesquisas voltavam-se para as flutuações da atividade econômica a curto prazo, para os meios de vencer a depressão e para a tendência à estagnação, manifestada a longo prazo pelo sistema econômico. Os trabalhos mais importantes baseados nas ideias de Keynes surgiram nos Estados Unidos, elaborados por um grupo de jovens economistas liderados por Alvin Hansen, professor em Harvard. Alguns desses trabalhos referem-se ao arcabouço técnico de A Teoria Geral; outros procuram analisar as relações entre os salários reais e nominais, tendo como preocupação o equilíbrio no desemprego, bem como os fatores que contribuem para o esgotamento dos períodos de elevado nível de atividade econômica e o início das depressões. Mas os trabalhos teóricos de maior alcance dos keynesianos prendiam-se às tendências, a longo prazo, da economia capitalista (a chamada teoria do declínio das oportunidades de investimento) e à possibilidade de o nível de atividade econômica ser influenciado ou determinado pelo governo mediante uma política monetária e fiscal. Veja também Economia Pós-Keynesiana.