Parte da ciência econômica que focaliza o comportamento do sistema econômico como um todo. Tem como objeto de estudo as relações entre os grandes agregados estatísticos: a renda nacional, o nível de emprego e dos preços, o consumo, a poupança e o investimento totais. Esse direcionamento fundamenta-se na ideia de que é possível explicar a operação da economia sem que haja necessidade de compreender o comportamento de cada indivíduo ou empresa que dela participam. Ao detectar as forças gerais que impelem os agregados em determinada direção, a macroeconomia estabelece as chamadas forças de “ajuste” ou “equilíbrio”, que explicam o comportamento econômico, caracterizando-o, de forma mecânica, como um sistema de igualdades de equilíbrio. É suposto que a demanda agregada de algum bem deve ser igual à oferta agregada desse mesmo bem. A teoria macroeconômica fornece parâmetros que permitem que a mensuração da atividade econômica geral de dado sistema simplifique o modelo agregativo, tornando possível a utilização de um número restrito de variáveis fundamentais. Isso porque trabalha sobre relações estatísticas estáveis entre as diversas variáveis agregadas, eliminando muitos fatores que afetam o comportamento individual. Dessa maneira, permite a análise e mesmo a previsão do comportamento das economias capitalistas desenvolvidas. Essa limitação a um tipo bem determinado de formação econômico-social explica-se, por um lado, pelo fato de a análise macroeconômica utilizar pressupostos e instrumentais referentes às forças de mercado, que desempenham papéis de pouca ou nenhuma importância em economias de planejamento centralizado, inspiradas no modelo da ex-União Soviética. Além disso, uma análise agregativa macroeconômica exige um instrumental estatístico bastante complexo, que os países capitalistas subdesenvolvidos dificilmente podem oferecer. Mais ainda, esse tipo de análise supõe como dadas certas condições que se apresentam como metas longínquas para muitas sociedades subdesenvolvidas: um grande estoque de capital, força de trabalho especializada, mercados financeiros eficientes etc. Essas condições impuseram um relativo atraso à elaboração de modelos macroeconômicos em países com as características do Brasil, que a partir de 1956 dispôs de dados estatísticos mais precisos, elaborados pela Fundação Getulio Vargas, e que só em 1964 começou a construir modelos macroeconômicos. A macroeconomia tornou-se um ramo da ciência econômica a partir de 1936, com a publicação de A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, de Keynes. Antes dele, os economistas clássicos e Karl Marx já haviam considerado o organismo econômico como um todo. Keynes, porém, forneceu o modelo, a sistematização teórica e as “receitas práticas”, que nas décadas seguintes inspirariam a maioria dos economistas ocidentais. Entretanto, à medida que suas falhas foram aparecendo, a teoria macroeconômica foi modificada e complementada. Mais recentemente, um grupo de economistas liderados por Milton Friedman — os monetaristas — contestaram a economia keynesiana e apresentaram uma nova teoria macroeconômica que enfatiza o papel desempenhado pela demanda de moeda e crédito, opondo-se frontalmente à intervenção direta ou indireta do Estado na economia. Veja também Keynes; Keynesianismo; Macromodelos; Microeconomia; Monetarismo.