Moeda – a mais antiga representação do dinheiro, muitas vezes empregada como seu sinônimo.
Termo correspondente em inglês – currency ou money¹.
Veja também – papel-moeda e padrão-ouro.
Afinal, o que é Moeda?
Os primeiros registros do uso de moedas datam do século VII a.C., quando já eram cunhadas na Lídia, reino da Ásia Menor, e também no Peloponeso, no Sul da Grécia. Na verdade, sua história coincide com a descoberta do uso dos metais e o domínio das técnicas de mineração e fundição. Assim, as moedas de cobre, metal mole e pouco adequado ao manuseio, cederam lugar às duráveis moedas de bronze,
feitas a partir de uma liga de cobre com estanho ou zinco. E a elevada valorização do ouro e da prata, por sua raridade e resistência ao desgaste ou à abrasão, atribuiu a esses metais nobres o caráter de base da
organização monetária. A primeira função atribuída à moeda é a de troca, intimamente ligada a uma segunda função, a de medida de valor. Ao substituir o escambo, isto é, a troca em espécie, a moeda adquiriu o valor que lhe era arbitrariamente atribuído pelos mercadores em determinadas permutas de mercadorias. Estabeleceu-se dessa maneira uma avaliação, que posteriormente passou a ser fixada pelo governante ou pelo Estado.
Isto é, surgiu um padrão legal, uma medida teoricamente invariável para expressar o valor dos bens e mercadorias. Outra função atribuída à moeda é a de acumular valor, de permitir sua reserva ou entesouramento. E uma última função, esta mais recente, com a generalização do uso do crédito, é
a que atribui à moeda a propriedade de pagar dívidas futuras. O papelmoeda data do século IX, quando passou a circular na China. Foi introduzido na Europa a partir do século XVII. Pelas facilidades de transporte e manuseio que oferece, difundiu-se rapidamente e substituiu com vantagens as moedas metálicas, possibilitando o aumento arbitrário do meio circulante. Em outras palavras, o papel-moeda fiduciário, correspondente a determinada quantidade de ouro que poderia ser sacada do banco emissor a qualquer momento, foi emitido em quantidades desproporcionais ao lastro-ouro declarado em depósito nos bancos nacionais. Era o início da prática da desvalorização da moeda e do surgimento da inflação, o que provocou a quebra do uso do padrão-ouro.
A credibilidade do papel-moeda passou então a depender da estabilidade das economias nacionais e da confiança que seus emissores desfrutassem nos organismos internacionais — e, acompanhando essa situação, os metais nobres praticamente deixaram de ser utilizados na cunhagem de moedas, fabricadas atualmente com ligas vulgares de níquel e alumínio.
Mais ainda, o padrão-ouro foi sendo gradativamente substituído pelo dólar norte-americano, a libra esterlina, o marco alemão e outras moedas fortes, emitidas pelas grandes metrópoles industriais e financeiras, o que tornava mais fácil as operações de comércio exterior e as transferências internacionais. Ainda assim, o padrão-ouro conserva uma relativa importância, pois as crises cíclicas que assolam a economia internacional obrigaram os países ocidentais mais desenvolvidos a manter certa paridade
em relação ao ouro, para fazer frente às constantes oscilações do dólar, a moeda forte de maior circulação em todo o mundo.
Diferença entre dinheiro e moeda
Muitos podem achar que dinheiro e moeda são a mesma coisa, mas não é. Podemos até afirmar que são, mas para os economistas, a palavra moeda tem um significado muito especifico.
Para os economistas, dinheiro é um item dentro do termo “moeda”.
Caso alguém, mostrasse a você uma nota de 1 real² e lhe perguntasse se é dinheiro ou moeda? Qual seria sua resposta? Alguns diriam que é dinheiro, outros moeda ou ainda que ambas as opções estão certas.
Mas se alguém lhe mostrasse uma moeda de 1 real e lhe fizesse a mesma pergunta? Muitos responderiam que é uma moeda. Outros diriam que é uma moeda mas também é um dinheiro.
Quando a maioria das pessoas fala de moeda, elas estão falando de dinheiro.
Se esse mesmo alguém, mostrasse dessa vez uma folha de cheque preenchida e assinada, e perguntasse a você, isso é moeda ou dinheiro? Certamente, você e muitos, responderiam nenhum dos dois.
Os economistas definem moeda como qualquer coisa que, geralmente, seja aceito em pagamento por bens, serviços ou para quitação de uma dívida.
Assim, tanto o dinheiro em si – nota ou moeda de 1 real, quanto o cheque e até uma pepita de ouro são considerados como moeda, para os economistas.
¹ Note-se que money é usado tanto para dinheiro quanto para moeda.
² Apenas para exemplo didático, pois sabemos que a nota de 1 real saiu de circulação a partir de 2006, dando espaço para as moedas de mesmo valor.
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Fontes de pesquisa e de referência
Para produzir esse conteúdo tivemos a ajuda dos seguintes autor(es) e publicações:
- HANSEN, Tati. Você sabia: Por que a nota de R$ 1 saiu de circulação? Jornal de Pomerode, 1º ago 2023. Disponível em: <https://www.jornaldepomerode.com.br/voce-sabia-por-que-a-nota-de-r-1-saiu-de-circulacao/>. Acesso em: 18 abr 2024.
- MILL, Alfred. Tudo o que você precisa saber sobre economia. 1. ed. São Paulo : Editora Gente, 2017.
- MISHKIN, Frederic. S. Moedas, bancos e mercados financeiros. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S. A., 2000.
Como citar esse artigo em seus trabalhos
Moeda. In: Dificio – seu dicionário on-line de termos de finanças, investimentos e contabilidade, 2022. Disponível em: <https://www.dificio.com.br/moeda>. Acesso em: dia, mês e ano.