Sistema de associações econômicas e previdenciárias autogeridas pelos trabalhadores. O mutualismo assistencialista já era praticado pelos artesãos medievais por meio das corporações de ofícios, que proviam de ajuda viúvas, órfãos e artesãos impossibilitados de trabalhar. Essa prática ampliou-se durante a Revolução Industrial entre os primeiros contingentes de operários, totalmente desprovidos de uma legislação trabalhista de proteção à saúde, à velhice e ao desemprego e contra acidentes. As associações operárias de socorro mútuo foram os primeiros organismos de aglutinação dos trabalhadores fabris na Europa, precedendo assim os sindicatos de classe. Elas existiram também no Brasil, no final do século XIX e começo do século XX, criadas por artesãos (pedreiros, carpinteiros, alfaiates, ferreiros) e pelos primeiros núcleos operários dos principais centros urbanos, em boa parte formados por imigrantes europeus. A ideia do mutualismo como reforma da sociedade capitalista está presente nas doutrinas dos primeiros pensadores socialistas, que propunham implantar uma sociedade igualitária a partir da criação de cooperativas de consumo e de produção controladas por artesãos e operários. Veja também Cooperativismo.