Paul R. Krugman nasceu em Long Island, no estado de Nova York, filho de um casal de classe média e neto de imigrantes da Europa Oriental de origem judia. Estudou num colégio público, entre os muitos fundados para atender as demandas de sua geração, e formou-se em 1974 na Yale University. Sua tese de doutoramento de 1977 tratou do regime de taxas de câmbio flexíveis e foi defendida no Massachusetts Institute of Technology (MIT). Ter nascido nos anos 50, portanto uma geração após a crise de 1929, o distanciou das preocupações e agendas definidas por acontecimentos econômicos dramáticos como a Grande Depressão. Os problemas que enfrentou foram outros: o crescimento urbano e os respectivos conflitos, a Guerra do Vietnã, os choques do petróleo e a inflação acompanhada de recessão, a estagflação. Estes novos fenômenos, especialmente no campo da economia, precisavam ser explicados e Krugman deu sua contribuição inicial de interpretações da perspectiva universitária, e não do governo ou das empresas privadas. O ambiente acadêmico que ele encontra na universidade é extremamente profissional e competitivo e gira em torno de uma ciência madura, com objetivos e técnicas muito bem delineados e fóruns estabelecidos de troca intelectual. Durante o início da carreira de Krugman o MIT é um dos principais centros do pensamento econômico nos Estados Unidos. Com sua ênfase científica e uso pragmático da teoria, a instituição fundada no final do século XIX pôde evitar o preciosismo das redundantes discussões acadêmicas. Na introdução de seu livro Internacionalismo Pop, no entanto, Krugman fala de um momento de revelação. Em 1992, assistindo a uma palestra de um empresário famoso, percebeu que líderes do meio empresarial e político não tinham a menor ideia do que diziam em relação a políticas econômicas. Na época Krugman já era um economista respeitado, premiado com a medalha John Bates Clark dada pela Associação Americana de Economia a economistas com menos de 40 anos. É apenas nesse momento que a questão da ação política se coloca para ele, embora não na forma de engajamento partidário ou serviço público. Krugman confere a si próprio a tarefa de mediador entre uma ciência cheia de meandros técnicos e o público interessado nos rumos econômicos da nação. Traduz o economês para os leigos. A partir de metáforas simples e, como ele mesmo diz, sem medo do ridículo, Krugman explica a seus leitores os principais dilemas econômicos do momento, direcionando o debate sobre políticas econômicas através da razão — e de uma boa dose de indignação e retórica. Krugman ganhou notoriedade ao analisar as debilidades das economias do Sudeste Asiático antes da crise de 1997 mostrando como elas se encontravam vulneráveis a ataques especulativos. Ganhou o Prêmio Nobel de Economia em 2008. Entre seus principais trabalhos destacam-se: A Crise de 2008 e a Economia da Depressão (2009); Development, Geography, and Economic Theory (1995) e Geography and Trade (1991). Veja também Crise de 2008.