Palavra russa que designa a reestruturação político- econômica empreendida na União Soviética a partir da ascensão de Mikhail Gorbatchev à Secretaria Geral do Partido Comunista Soviético. Em junho de 1987, o Soviete Supremo (Parlamento) fez uma análise da situação econômica do país e verificou que: 1) cerca de 13% das empresas apresentavam déficit somando mais de 60 bilhões de dólares; 2) a produção nacional sofrera um pronunciado declínio em sua taxa de crescimento, passando de uma média anual de 7,1% no quinquênio 1966- 1970 para 3,8% entre 1976-1980 e caindo ainda mais, para 3,2%, em 1981-1985; 3) a agricultura não vinha conseguindo abastecer o país, levando ao racionamento e à dependência crescente das importações de alimentos; 4) a produtividade do trabalhador soviético chegara a ser 50% inferior à do trabalhador norte-americano; 5) a balança comercial era deficitária, sendo equilibrada por créditos de países capitalistas ocidentais; 6) o absenteísmo ao trabalho era frequente e o alcoolismo, um fenômeno alarmante (a Academia de Ciências estimava que 15% dos soviéticos eram alcoólatras, o que significava cerca de 40 milhões de pessoas). A partir dessas constatações, foram tomadas várias medidas enfeixadas no que tem sido chamado de perestroika. As mais importantes foram: 1) adoção de um critério de lucratividade para as empresas: as não rentáveis deveriam ser fechadas; 2) descentralização da economia: a Gosplan (órgão central de planejamento da economia soviética) ganhava um novo caráter, apenas orientando de forma geral a economia, concedendo-se à direção de cada empresa maior autonomia para fixar metas, preços, salários etc.; 3) liberação para o funcionamento de empreendimentos privados; 4) aumento da produtividade não apenas pela incorporação do progresso técnico, mas também pelo fortalecimento da disciplina no trabalho. Veja também Glasnost.