Economista francês, neomarginalista, teórico do desenvolvimento econômico e autor de uma teoria do equilíbrio geral baseada no conceito de unidades ativas de produção e sua influência no espaço econômico. Discípulo de Schumpeter (seu professor em Viena) e Chamberlin, Perroux criou os conceitos de economia dominante e efeito de dominação, definidos como “a influência irreversível, internacional ou não, que uma unidade econômica qualquer exerce sobre outras unidades menos poderosas”. Em sua análise, substituiu a noção de “meios econômicos” pelo exame de “forças em ação”. Sua noção de economia dominante não se enquadra na noção de imperialismo, pois a dominação é enfatizada como algo maior, com o efeito não intencional, quase mecânico, que uma unidade econômica exerce sobre as outras apenas por seu tamanho ou por sua atividade. Estende essa noção ao estudo de empresas dominantes, macrodecisões de grandes grupos (nações, cartéis e sindicatos) e economias nacionais preponderantes. Nessa linha, Perroux elabora a noção de espaço econômico, que se diferencia do espaço geográfico e político e é entendido como o conjunto de relações dos agentes econômicos (indivíduos, empresas e Estado) e sua zona de influência dentro de um conjunto financeiro homogêneo (tendo o mesmo sistema de preços etc.). Perroux desenvolve em seguida uma teoria geral do “progresso econômico”. No âmbito das economias nacionais, destaca o papel do empresário e a ação do Estado. Em termos internacionais, salienta a formação de “polos múltiplos de desenvolvimento” — financeiros, comerciais e de produção. Em sua análise de “progresso”, destacam-se as noções de criação coletiva, propagação de tecnologia e significação do progresso. Perroux foi professor no Collège de France e nas universidades de Lyon e de Paris, exercendo considerável influência sobre o pensamento econômico na França e América Latina. Entre suas obras destacam-se Le Problème du Profit (O Problema do Lucro), 1926; La Valeur (O Valor), 1943; Théorie Générale du Progrès Économique (Teoria Geral do Progresso Econômico), 1956; L’Économie du XXème Siècle (A Economia do Século XX), 1961, e Unités Actives e Mathématiques Nouvelles, Révision de la Théorie de l’Équilibre Général (Unidades Ativas e Novas Matemáticas, Revisão da Teoria do Equilíbrio Geral), 1975.