Iniciais de Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional, criado em março de 1997 pela resolução nº 2.208 do Banco Central. O Proer consistiu na criação de uma linha especial de assistência financeira aos bancos e instituições financeiras em geral, destinada a financiar as reorganizações operacionais, financeiras e societárias dessas instituições, em função das dificuldades que elas vinham enfrentando diante da crise de liquidez, perda de ganhos de senhoriagem e imposto inflacionário ocasionadas pelo Plano Real. As instituições financeiras que ingressassem nesse programa poderiam diferir em até 5 anos os gastos com a reestruturação, reorganização e/ou modernização, além de ficarem temporariamente liberadas dos limites operacionais determinadas pelo Acordo da Basileia. A fonte de recursos para financiar essas atividades veio dos depósitos compulsórios recolhidos pelas próprias instituições junto ao Banco Central. O Proer ofertou mais de 20 bilhões de reais para financiar essas operações, dando preferência àquelas que redundassem em transferência do controle acionário, seja para novos acionistas, ou a aquisição por parte de um banco já existente. O principal objetivo do Proer foi reduzir o risco sistêmico do setor financeiro, uma vez que muitas instituições vinham realizando operações de elevado risco diante da certeza prevalecente até então, que, em caso de necessidade, a autoridade monetária prestaria socorro financeiro para salvar instituições financeiras da falência (moral hazard), pois, caso contrário, todo o sistema poderia ser arrastado numa profunda crise. Para as instituições financeiras estaduais, especialmente os bancos estaduais, que enfrentavam dificuldades até maiores do que os bancos nacionais, foi criado em fevereiro de 1997 o Proes (Programa de Incentivo Redução do Setor Público Estadual na Atividade Bancária). Esse programa oferecia algumas alternativas para as instituições financeiras estaduais: a) financiamento de 100% dos gastos com a liquidação, privatização ou transformação em instituição não financeira ou em agência de fomento; b) financiamento de 50% dos gastos com o saneamento do Banco e manutenção do controle em poder do Estado; e c) federalização e saneamento a cargo do governo federal para posterior privatização, liquidação ou devolução ao estado de origem após a assunção do custo do saneamento. Essa grande operação de saneamento (renegociação das dívidas dos estados com seus próprios bancos, e os passivos a descoberto) exigiu cerca de 48 bilhões de reais em títulos federais, o que representou um crescimento da dívida interna federal em montante correspondente. Veja também Acordo da Basileia; Imposto Inflacionário; Moral Hazard; Plano Real; Senhoriagem.