Dificio
  • APOIE
  • SOBRE
  • CONTATO
3 de maio de 2021 por Equipe Dificio.com.br

PROGRAMA DE AÇÃO ECONÔMICA DO GOVERNO (PAEG)

PROGRAMA DE AÇÃO ECONÔMICA DO GOVERNO (PAEG)
3 de maio de 2021 por Equipe Dificio.com.br

Elaborado para o período 1964-1966 pelos ministros brasileiros Roberto Campos (Planejamento) e Octávio Gouvêa de Bulhões (Fazenda), tinha o objetivo de interpretar o desenvolvimento recente do país e formular uma política capaz de eliminar as fontes internas de estrangulamento que haviam bloqueado o crescimento econômico desde 1962. Para os articuladores do plano, a causa fundamental da desaceleração econômica estava no processo inflacionário por que passava o país desde o início dos anos 60. A inflação estaria provocando uma instabilidade no sistema, na medida em que se manifestaria uma expectativa de insegurança no meio empresarial, resultando num decréscimo no nível dos investimentos. O diagnóstico oficial identificava duas origens do processo inflacionário: inflação de custos e inflação de demanda. A origem da inflação de custos era localizada no processo de substituição de importações, incentivado por barreiras alfandegárias. Esse protecionismo teria permitido um aumento em espiral nos custos dos diversos setores substitutivos e, consecutivamente, uma elevação geral dos preços. A inflação de demanda teria origem na inadequação da distribuição de renda. Por um lado o governo injetava na economia um volume de recursos maior que seu poder de compra, provocando déficits crônicos no orçamento federal. Ao mesmo tempo, o conjunto dos assalariados detinha em mãos um poder de compra superior à quantidade de bens produzidos. Assim, tanto o déficit público quanto o excesso de demanda dos assalariados gerariam o processo inflacionário. Elaborou-se então o Paeg, com o intuito de detectar medidas estabilizadoras, utilizando os instrumentos clássicos: 1) corte no gasto público; 2) aumento na carga tributária; 3) contenção do crédito; e 4) contenção dos salários. Houve acentuada diminuição no gasto público e ao mesmo tempo elevação na taxa tributária, paralelamente à criação de um mecanismo de financiamento do déficit que passou a ser efetuado mediante haveres não monetários, ou seja, o lançamento de Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTNs), uma inovação brasileira destinada a servir de instrumento à política de transferência de renda do setor privado para o setor público. Para o setor privado, deveria ser mantida a liquidez real do sistema produtivo, que só seria viabilizada se os meios de pagamentos acompanhassem na mesma proporção o crescimento da renda nacional. Entretanto, essa medida não garantiria a distribuição equânime de crédito para os diversos setores produtivos, podendo gerar pontos de estrangulamento. Um ponto básico do plano refere-se à mudança da política salarial. Anteriormente, o reajuste dos salários era efetuado anualmente por meio da aplicação do Índice do Custo de Vida. Com a execução do Paeg, o reajuste passou a ser calculado por meio da média de 24 meses desse mesmo índice, sendo doze anteriores e a inflação esperada nos doze seguintes, acrescida de uma taxa referente à produtividade. Essas medidas estabilizadoras, que não estabeleceram de forma nítida um plano de crescimento econômico, engendrariam: 1) um rápido crescimento da dívida pública; 2) um aumento de liberalização das importações, dando maior flexibilidade à lei de remessa de lucros ao exterior; 3) uma violenta política de arrocho salarial.

Artigo anteriorXXPróximo artigo EQUILÍBRIO DE MERCADOEquilíbrio de mercado

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Veja mais

TAXA DE JUROS3 de abril de 2022
SOCIEDADE DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO (SCFI)1 de abril de 2022
WALTER BAGEHOT (1826-1877)6 de março de 2022

Pesquise a(s) palavra(s) navegando pelo alfabeto:

A    B    C    D    E    F  
G    H     I    J     K    L  
M   N    O   P    Q    R  
S    T    U    V    W   X  
Y    Z   

AVISO LEGAL [DISCLAIMER]

A plataforma on-line dificio.com.br (a “Plataforma”) é de propriedade da Santo Conselho Ltda (“Santo Conselho”).

Todo o conteúdo da plataforma tem propósito EXCLUSIVAMENTE educacional e não consiste em recomendação legal, fiscal, contábil, financeira ou de qualquer outra natureza. Tais conteúdos foram elaborados de acordo com o contexto e conjuntura no momento da sua produção e são extraídas de diversas fontes, não sendo-lhe garantida sua confiabilidade, pontualidade e acurácia.

Os textos são de autoria própria ou de terceiros, contendo imagens ilustrativas para facilitar o entendimento do conteúdo – sendo de responsabilidade do autor do texto, citar as fontes e creditar devidamente os autores e/o proprietários das imagens. Na maioria das vezes, utilizamos imagens com copyright free que acreditamos terem sido utilizadas de forma justa (“fair use”) e não pedimos autorização prévia a seus respectivos autores. Caso você encontre alguma imagem sem menção ao verdadeiro autor ou com informações erradas, por favor entre em contato para que possamos dar os devidos créditos.

A Santo Conselho, seus sócios, administradores, representantes legais e colaboradores não garantem a exatidão, atualização, precisão, integridade ou veracidade, tampouco se responsabilizam pela publicação acidental de dados incorretos ou inverídicos.

É PERMITIDA a reprodução total ou parcial dos textos, imagens ou qualquer outro conteúdo da plataforma, por qualquer meio desde que citada a fonte (link) e com prévia autorização de seu criador/autor ou do administrador. Saiba mais.

2020-2021 © Dificio.com.br é uma marca registrada e tem todos seus direitos reservados.

© Dificio - leve para onde quiser, acesse onde estiver.