Situação própria dos países altamente industrializados, caracterizada pela produção e pelo consumo ilimitado de bens duráveis, sobretudo artigos supérfluos. O próprio conceito de sociedade de consumo traz em si uma posição crítica, que se projetou nas análises econômicas, políticas e sociais da atualidade feitas a partir da década de 60. No final desse período, a onda de protesto juvenil que abalou a Europa Ocidental e os Estados Unidos tinha como um dos alvos principais a imposição consumista dos agentes industriais e comerciais. Nesse mesmo sentido, orientou-se o movimento e o modo de vida hippie, pautando-se pelo retorno a uma vida simples, despojada, grupal, em que os próprios consumidores fossem artífices dos objetos e produtos que satisfizessem suas necessidades básicas. Atualmente, a crítica à sociedade de consumo e ao consumismo que ela engendra, e do qual depende produtivamente, parte de uma análise das próprias características do capitalismo em sua fase monopolista: a mercantilização de toda a atividade humana e de suas necessidades materiais e espirituais. Nesse contexto, toda a ação produtiva e consumista tem como alvo o indivíduo, e não o grupo social. André Gorz, um dos mais veementes críticos da sociedade de consumo, afirma: “A sociedade capitalista madura permanece assim profundamente bárbara na medida em que não visa a nenhuma civilização da existência social e das relações sociais, a nenhuma cultura do indivíduo social, mas apenas a uma civilização do consumo individual. Mas, simultaneamente, a homogeneidade e os estereótipos do consumo individual solicitado pelos oligopólios produzem esse indivíduo social particular para o qual sua sociabilidade aparece como acidental e estranha: o indivíduo de massa.” Veja também Consumo Conspícuo; Efeito Demonstração; Sociedade de Massas; Veblen, Thorstein Bunde.