Pensador francês, teórico do sindicalismo revolucionário ou anarco-sindicalismo. Seu pensamento político desenvolveu-se a partir de 1890, quando as diversas correntes anarquistas procuravam redefinir sua ação política. Discípulo de Proudhon e Bakunin, concordava no entanto com Karl Marx no que se refere ao papel da classe operária como sujeito da transformação social. Acreditava que a atuação dos militantes deveria ocorrer nos sindicatos, e não mais em seitas secretas e conspirativas. No sindicato, mediante a ação direta, dizia ele, dar-se-ia a organização da greve geral revolucionária. Na organização da nova sociedade, o papel principal caberia também aos sindicatos, que passariam a assumir as funções do Estado. Afirmava que, para desenvolver a ação política, a liderança deveria estar respaldada em mitos políticos, um conjunto de valores e objetivos capazes de criar uma fé inabalável na revolução. No campo filosófico, foi profundamente influenciado por Nietzsche e Bergson. Entre outras obras, escreveu Les Illusions du Progrès (As Ilusões do Progresso), 1908, e Matériaux d’Une Theórie du Prolétariat (Materiais para uma Teoria do Proletariado), 1919. Sua obra mais importante é Reflexões sobre a Violência (1908), que influenciou a esquerda revolucionária e, sobretudo, Benito Mussolini. Nos últimos anos de vida esteve muito próximo da Action Française, movimento de ultradireita.