Autarquia federal que era vinculada ao Ministério do Interior e que passou a ser vinculada ao Ministério da Infraestrutura desde a decretação do Plano Collor, em 1990. Projetada pelo economista Celso Furtado, foi criada em 1959, durante o governo do presidente Juscelino Kubitschek. Seu objetivo era impulsionar o desenvolvimento mediante o planejamento e a coordenação das atividades dos órgãos federais na região. Em 1960, foi formulado o I Plano Diretor para o Desenvolvimento do Nordeste, composto de projetos nas mais diversas áreas, destacando-se os de rodovias, energia elétrica, abastecimento de água, esgotos, habitação popular, treinamento de pessoal, recursos naturais, agricultura e industrialização. Outros planos se seguiram desde então, todos com o objeto de fortalecer a infraestrutura econômica e social do Nordeste e as estruturas operacionais do setor público. Além da execução desses planos, foi concebido um sistema pioneiro de incentivos fiscais e financeiros, visando a incrementar as atividades produtivas desenvolvidas pelo setor privado. Em seus primeiros anos de existência, a Sudene pareceu apontar o caminho para os graves problemas econômicos e sociais da região, através de estudos, pesquisas e elaboração de programas sociais e econômicos a ser eventualmente implantados na região, e do levantamento de suas potencialidades minerais, hídricas e florestais. As mudanças políticas registradas no país a partir de 1964, pressões de grupos conservadores e a insuficiência de recursos técnicos e financeiros provocariam, no entanto, o abandono pela Sudene de suas metas originais mais ambiciosas, passando a autarquia a concentrar seu esforço desenvolvimentista no setor industrial. Embora o setor tenha realmente se desenvolvido (os grandes complexos industriais — petroquímico, cloroquímico e álcool químico — resultantes são uma prova disso), a política de industrialização da área é considerada por muitos uma política ineficaz no combate ao subdesenvolvimento. Em meados da década de 70, o governo federal lançou vários programas de desenvolvimento cuja coordenação, total ou parcial, foi entregue à Sudene. Entre esses programas estão: 1) o Polonordeste — desenvolvimento da agricultura e melhoria dos níveis de renda da população das regiões mais úmidas; 2) o Projeto Sertanejo — desenvolvimento da agricultura na região semiárida; 3) o Programa de Agroindústria do Nordeste — desenvolvimento do setor agrícola da região como um todo e incremento às exportações; 4) o Programa de Desenvolvimento Industrial — fortalecimento de polos industriais já existentes (Bahia, Pernambuco, Ceará e Maranhão) e elevação de sua eficiência e competitividade; 5) o Programa de Irrigação. A Sudene atua ainda nos setores da educação, da saúde e da agricultura e abastecimento. Em 1960, instituiu programas de apoio e fomento ao artesanato e, em 1971, criou um setor específico para promover e coordenar o desenvolvimento do turismo na região. Em 1974, foi criado o Fundo de Investimento do Nordeste (Finor), administrado pela Sudene e executado pelo BNH. Durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) o organismo, acusado de fraudes, foi extinto. No início do governo de Luis Inácio Lula da Silva (2003- ) a Sudene foi restaurada sob novas bases.