A criação da TJLP deveu-se, fundamentalmente, à desindexação da economia no âmbito do sistema financeiro nacional e à necessidade de alongamento do endividamento público depois da introdução do Plano Real, em julho de 1994. O Banco Central é encarregado do cálculo e da divulgação da TJLP, o que foi feito pela primeira vez em dezembro de 1994. A TJLP é calculada a partir da rentabilidade média nominal, em moeda nacional, verificada no período imediatamente anterior a sua vigência, dos títulos da dívida pública interna e externa, livremente negociados. Apesar de ser uma taxa anual, seu período de vigência é de três meses. Pela sua forma de cálculo, pode-se observar que a TJLP depende diretamente das taxas de juros de ativos negociados no mercado interno e externo. Os recursos do Fundo de Participações PIS-Pasep, do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e do Fundo da Marinha Mercante, repassados ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ou por este administrados, passaram, a partir de dezembro de 1994, a receber a TJLP como remuneração nominal. Por ser o único órgão a possuir passivos sobre os quais paga TJLP, o BNDES é igualmente a única instituição que oferece recursos vinculados a essa taxa. O cálculo da TJLP é constituído pela rentabilidade média atualizada dos títulos da dívida externa emitidos pelos Brasil (durante a negociação das condições de Plano Brady) e dos títulos da dívida pública interna federal emitidos no mercado primário. Os títulos abaixo são aqueles que podem integrar o cálculo da TJLP: Brazil Investment Bond (BIB) — Bônus de Saída; Interest Due and Unpaid (IDU) — Bônus de Juros Devidos e Não Pagos; Par Bonds — Bônus ao Par; Discount Bond — Bônus de Desconto; Debt Convertion Bond DCB — Bônus de Conversão da Dívida; Front Loaded Interest Reduction Bond FLIRB — Bônus de Redução Inicial de Juros; Front-Loaded Interest Reduction with Capitalization Bond, “C” Bond — Bônus de Redução Inicial de Juros com Capitalização; New Money Bond 1994 — Bônus de Dinheiro Novo 1994; Eligible Interest Bond, EI Bond — Bônus de Juros Atrasados; Notas do Tesouro Nacional — NTN, séries “D” e “H”, Títulos da Dívida Pública Mobiliária Interna Federal; outros títulos a critério do Banco Central. Os títulos externos foram emitidos principalmente durante a renegociação da dívida feita sob as condições do Plano Brady. São transacionados livremente no mercado internacional. Seus preços e rentabilidades se comportam de maneira inversa, ou seja, quando o preço aumenta a rentabilidade diminui e vice-versa. Veja também Plano Brady.