Economista, sociólogo e engenheiro italiano, foi professor na Universidade de Lausanne (1892-1907), onde sucedeu a Léon Walras, com quem formou a escola de Lausanne. Pareto enfatizou a aplicação da matemática à economia dentro de um quadro teórico marginalista modificado e reviu o método do equilíbrio geral de Walras. Criou os conceitos de ótimo, ofelimidade e a chamada lei de Pareto. Como sociólogo, serviu de fonte de inspiração para o fascismo. Em Cours dÉconomie Politique (Curso de Economia Política), 1896- 1897, Pareto desenvolveu o conceito de equilíbrio geral, tentando indicar, por meio de um sistema de equações, quais as condições matemáticas de interdependência de todas as quantidades econômicas. Seu método parte de uma teoria subjetiva do valor, mas enfatiza o fato empírico da escolha do indivíduo. Distingue, na sociedade, forças coercitivas e forças automáticas, afirmando que o progresso humano supõe um aumento dos elementos automáticos na regulação dos problemas sociais e uma diminuição dos elementos coercitivos. Assim, critica o socialismo, visto como elemento coercitivo, e toda interferência estatal na economia. Tenta ainda desenvolver uma lei de distribuição da renda, por meio de estudos estatísticos, concluindo que a distribuição da renda é constante em diferentes épocas e países e que a distribuição real da renda é determinada exclusivamente pela distribuição entre as capacidades humanas, só se podendo obter uma diminuição dessas desigualdades por um aumento da renda média, ou seja, mediante um incremento da produção mais rápido que o da população. A principal contribuição de Pareto foi sua obra posterior, Manuale di Economia Politica (Manual de Economia Política), 1906, na qual coloca de lado a teoria subjetiva do valor dos marginalistas, substituindo-a por uma teoria do preço sem relação com fatores subjetivos. Ao mesmo tempo intensifica o formalismo metodológico. Argumenta que a utilidade não é mensurável. É necessário, portanto, substituir a noção cardeal de utilidade (“medida” em números cardeais) pelo conceito ordinal da utilidade, expresso em escalas (pela ordem) de preferências para cada indivíduo. Adota o conceito de curvas de indiferença, criado por Edgeworth, para demonstrar a possibilidade de construir uma teoria baseada apenas em escalas de preferências individuais, expressas por meio de uma série de equações. A última obra importante de Pareto foi Traité de Sociologie Générale (Tratado de Sociologia Geral), 1917-1919, na qual tenta completar uma análise neutra e formal da economia (que considerava uma parte da sociologia ou ciência social), baseada no equilíbrio geral, com teoremas sociopsicológicos. Antiliberal confesso, formulou uma teoria da dominação e circulação das elites, segundo a qual toda a história é uma sucessão de aristocracias formadas por minorias de todas as classes sociais, suscetíveis de transformar-se em dirigentes. Essa teoria influenciou o fascismo de Benito Mussolini, de quem Pareto chegou a ser um partidário intelectual. Escreveu ainda La Liberté Économique et les Événements dItalie (A Liberdade Econômica e os Acontecimentos na Itália), 1898; Les Systèmes Socialistes (Os Sistemas Socialistas), 1902-1903; Fatti e Teorie (Fatos e Teorias), 1920; e Trasformazioni della Democrazia (Transformações da Democracia), 1921. Veja também Ótimo de Pareto.