Área de Finanças Corporativas conhecida também pelo termo “orçamento de capital”. Consiste em avaliar e selecionar projetos de investimento de longo prazo, buscando aqueles projetos que possam agregar valor para a empresa. Por tratar normalmente de projetos com longo prazo de maturação, a análise de investimentos subentende a necessidade de um investimento inicial considerável e o retorno dele em um prazo superior a um ano. Como em qualquer processo de orçamento financeiro, a análise de projetos de investimento pressupõe a projeção de fluxos futuros de caixa. O passo seguinte consiste em descontar os fluxos futuros de caixa levando-se em conta o custo de capital associado ao projeto analisado. São exemplos de projetos de investimento de longo prazo: compra de novas máquinas ou equipamentos, substituição do ativo permanente, lançamento de uma nova campanha publicitária, investimentos em informática, construção de uma nova fábrica, lançamento de um novo produto, investimentos em pesquisa e desenvolvimento, redução de custos (desinvestimento) e aquisição de outra companhia. Dois ou mais projetos de investimento podem apresentar três diferentes relações entre si. Podem ser projetos independentes, projetos mutuamente excludentes e projetos complementares. Projetos independentes apresentam objetivos distintos e a aceitação de um projeto não interfere na implementação de outros (é possível realizar investimentos nos projetos independentes A e B e C). Projetos mutuamente excludentes possuem o mesmo objetivo e competem entre si; a aceitação de um dos projetos elimina o investimento nos demais (deve-se escolher entre os projetos A ou B ou C). Temos que dois projetos são complementares quando a aceitação de um dos projetos depende da aprovação de outro(s). As técnicas de análise utilizadas para avaliar a viabilidade dos projetos de investimento têm como objetivo básico determinar se o projeto em questão deve ou não ser empreendido. As principais técnicas de análise de projetos são o tempo de recuperação do capital (conhecido também como payback), o valor presente líquido (VPL) e a taxa interna de retorno (TIR). Para que as técnicas de análise acima possam ser implementadas, é necessário antes elaborar o orçamento do projeto. O orçamento consiste nas projeções do investimento inicial a ser realizado no projeto, os fluxos futuros de caixa operacionais previstos e o fluxo de caixa residual (quando existe uma entrada de caixa oriunda da liquidação do projeto). A tabela abaixo mostra um exemplo de orçamento para um determinado projeto de investimento.
[INSERIR TABELA]
A descrição de cada uma das técnicas de análise utilizadas no contexto de orçamento de capital é feita a seguir. Todas as técnicas são aplicadas sobre o Fluxo de Caixa Líquido de um projeto. O Fluxo de Caixa Líquido é mostrado na última linha do orçamento acima. Tempo de Recuperação do Capital (payback): é o período necessário para que o desembolso correspondente ao investimento inicial no projeto seja recuperado. Pelo critério do payback serão aceitos os projetos que apresentarem um tempo de recuperação do capital inferior àquele estipulado pela empresa. Na tabela anterior a soma dos fluxos de caixa líquidos projetados para os dois primeiros anos é igual a R$ 13.703 (4.369 + 9.334). A soma dos fluxos para os três primeiros anos totaliza R$ 26.575 (13.703 + 12.872). Portanto, o tempo de recuperação do capital investido no projeto (R$ 17.942) encontra-se entre 2 e 3 anos. Supondo que o projeto gere fluxos de caixa proporcionais ao longo de um ano, é possível calcular o payback com uma aproximação linear. Assim, o payback do projeto acima é = 2 + (4.239 / 12.872) = 2,33 anos, em que o valor de R$ 4.239 (17.942 – 4.369 – 9.334) representa a quantia que falta para que o investimento de R$ 17.942 seja completamente recuperado. Caso a empresa que esteja avaliando a viabilidade do projeto estipule como payback máximo para aceitação o intervalo de 3 anos, o projeto anterior será aceito. Caso o payback máximo aceitável seja de 1,5 ano, então o projeto anterior será rejeitado. Uma variante do tempo de recuperação do capital é o payback descontado. A diferença dessa variante em relação ao payback original é o fato de ela descontar os fluxos futuros de caixa antes de somá-los para verificar se a recuperação do capital já ocorreu. O desconto de cada um dos fluxos segue a expressão:
[INSERIR FÓRMULA]
em que DFCi representa o fluxo de caixa FCi descontado a valor presente, e k é a taxa mínima de retorno exigida pelos investidores (credores e acionistas). Considerando uma taxa de retorno exigida de 12% ao ano, os três primeiros fluxos de caixa (anos 1, 2 e 3) descontados a valor presente resultam em: DFC1 = [4.369 / (1 + 0,12)] = R$ 3.900,89; DFC2 = [9.334 / (1 + 0,12)2] = R$ 7.441,01; E DFC3 = [12.872 / (1 + 0,12)3] = R$ 9.162,04 Portanto, o payback descontado do projeto é calculado como Payback descontado = 2 + (6.600,10 / 9.162,04) = 2,72 anos, em que o valor de R$ 6.600,10 (17.942 – 3.900,89 – 7.441,01) representa o valor presente restante para que o investimento de R$ 17.942 seja completamente recuperado. Note que o payback descontado apresenta um tempo de recuperação maior que o payback simples, uma vez que ocorrem os descontos dos fluxos futuros a valor presente. Valor Presente Líquido (VPL): é o valor presente da soma dos fluxos futuros de caixa subtraído do investimento inicial. Todo projeto com VPL igual ou maior que zero deve ser aceito. Um valor positivo para o VPL representa a agregação potencial de valor do projeto para a empresa. Dentre vários projetos, o melhor será aquele que apresentar o maior VPL (maior agregação de valor). A fórmula do VPL utiliza o número de períodos até o final do projeto (n), os fluxos futuros de caixa (FCi), o investimento inicial (FC0) e a taxa mínima de retorno exigida pelos investidores (k). A fórmula é:
[INSERIR FÓRMULA]
Considerando uma taxa de atratividade de 12%, o valor presente líquido do projeto que consta na tabela acima é: VPL = [4.369 / (1 + 0,12)] + [9.334 / (1 + 0,12)2] + [12.872 / (1 + 0,12)3] + [8.558 / (1 + 0,12)4] – 17.942 = R$ 8.000,70. Uma vez que o VPL calculado é positivo, o projeto seria aceito. Taxa Interna de Retorno (TIR): é a taxa que iguala o valor presente líquido de um projeto a zero. Segundo o critério da TIR, devem ser aceitos os projetos que apresentem uma TIR igual ou maior do que a taxa de retorno exigida pelos investidores (TIR = k). Considerando o projeto da tabela acima, a TIR do projeto seria igual a 29,41%, pois essa taxa igualaria o VPL a zero. Veja também Payback; Payback Descontado; Taxa Interna de Retorno; Taxa Interna de Retorno Modificada; Valor Presente Líquido.
ANÁLISE DE INVESTIMENTOS