Mecanismo de equilíbrio econômico proposto por Keynes, visando superar os problemas criados pelas crises cíclicas da economia capitalista. Segundo Keynes, cabe ao Estado o papel de restabelecer o equilíbrio econômico por meio de uma política fiscal, creditícia e de gastos, realizando investimentos ou inversões reais que atuem, nos períodos de depressão, como estímulo à economia. Dessa política resultaria um déficit sistemático no orçamento. Nas fases de prosperidade, ao contrário, o Estado deve manter uma política tributária alta, formando com isso um superávit, que deve ser utilizado para o pagamento das dívidas públicas e para a formação de um fundo de reserva a ser investido nos períodos de depressão. Esse tipo de proposta orçamentária ficou conhecido como orçamento cíclico e decorreu da verificação feita por Keynes de que o equilíbrio orçamentário não constitui um benefício para a economia; ao contrário, atua de forma prejudicial, já que contribui para agravar a conjuntura do ciclo, seja ele de expansão ou de depressão. A teoria keynesiana dos orçamentos cíclicos constitui uma tentativa de encontrar saída para o laissez-faire, e serve para confirmar a falência do sistema liberal-individualista e reafirmar a necessidade de intervenção estatal permanente na economia. Veja também Keynes, John Maynard; Orçamento.