Conjunto de processos pelos quais uma economia poupa recursos, que de outra maneira serviriam ao consumo improdutivo, e os transforma em capital. A repetição dos ciclos produtivos seria impossível se toda produção fosse consumida. Parte da produção anual deve ser destinada à renovação do capital depreciado e, mais ainda, à ampliação da capacidade produtiva. Ordinariamente, a poupança é feita pelas empresas, que deixam de distribuir parte de seus lucros e a destinam a seus fundos de investimento; ou pelas pessoas físicas, que separam do consumo privado parte de seus rendimentos para aplicá-la numa empresa. A criação de novas empresas faz parte dos processos de formação de capital, os quais, em seu somatório, constituem um dos agregados das contas nacionais. O problema histórico da formação originária do capital é controverso na economia política. Segundo o economista Sênior, os primeiros capitais surgiram da abstinência, isto é, dos trabalhadores frugais que reduziram o consumo pessoal para poder aumentar seus recursos produtivos. Segundo Karl Marx, o período de acumulação originária do capital, a partir do século XV, incluiu a expulsão dos camponeses de suas terras, a ruína dos artesãos despojados de seus meios de produção, os lucros com a dívida pública, o protecionismo, o crédito usurário, a fraude comercial, o saque das colônias e o tráfico de escravos. Atualmente, o problema da formação de capital nos países subdesenvolvidos tem sido um dos mais debatidos nos meios científicos e nos organismos internacionais. À exceção dos exportadores de petróleo, a formação de capital nos países exportadores de matérias-primas e gêneros alimentícios vincula-se negativamente à deterioração dos termos de intercâmbio no comércio internacional e ao agigantamento de sua dívida externa.