Economista alemão que, apesar de não ter exercido nenhuma influência durante sua vida, antecedeu com seus teoremas a teoria da utilidade marginal. Sua principal obra é Entwicklung der Gesetze des menschlichen Verkehrs und der daraus Fliessenden regeln für menschliches handeln (Desenvolvimento das Leis do Intercâmbio Humano e Regras Decorrentes para a Atuação do Homem), 1854. Nela, procura analisar as leis da conduta humana por meio do utilitarismo e do uso do método matemático. Ignorada durante muitos anos, a obra foi redescoberta e citada em 1871 por Willian Jevons, um dos teóricos da utilidade marginal, na introdução de Theory of Political Economy (Teoria da Economia Política). A partir do pressuposto de que toda conduta humana tem por objetivo um máximo de satisfação, Gossen desenvolve algumas leis, das quais duas são conhecidas como Leis de Gossen. A primeira apresenta o princípio da utilidade decrescente: “A quantidade de uma mesma satisfação diminui constantemente à medida que a realizamos sem interrupção, até obter a saciedade.” A segunda lei, decorrente da primeira e do postulado de que é impossível obter satisfação completa de todas as necessidades, expõe o princípio de que se pode obter o máximo de prazer com um nível uniforme de satisfação de cada necessidade. O restante da obra de Gossen é dedicado à elaboração e às consequências econômicas dessas leis, como: “As unidades isoladas de um mesmo bem terão diferentes valores segundo a quantidade que dele se possua”; ou “Além de uma certa quantidade, uma unidade desse bem perderá inteiramente seu valor”. O autor também classifica os objetos que podem ter valor (que, para ele, é sempre relativo) em: bens de consumo (os que são capazes de proporcionar imediatamente uma satisfação), bens de segunda classe (de que se necessita conjuntamente para obter a satisfação) e bens de terceira classe (os bens empregados na produção de outros bens). Veja também Utilidade Marginal.