Classe social que não possui os meios de produção, sendo por isso obrigada a vender sua força de trabalho para assegurar a sobrevivência. O surgimento do proletariado está ligado às origens do modo de produção capitalista e, mais particularmente, à Revolução Industrial. Sobretudo na Inglaterra, as primeiras gerações de proletariado foram constituídas por camponeses expulsos das terras cultivadas, para dar lugar à criação de ovelhas produtoras de lã, e por artesãos arruinados pela concorrência da indústria manufatureira. Juridicamente reconhecidos como homens livres, esses operários viviam em condições subumanas, desprovidos de direitos políticos e até mesmo de se organizar livremente para lutar por melhores condições de vida. Recebiam baixos salários e trabalhavam em média dezesseis horas por dia, sendo também vítimas de castigos corporais por parte dos patrões. A revolta dos trabalhadores muitas vezes se dirigiu contra as máquinas, as quais destruíam, como no caso dos luditas. Aos poucos a rebeldia foi adquirindo caráter político em movimentos pelo direito de votar, ter representação parlamentar, criar e manter sindicatos. Não faltaram também as tentativas de tomada direta do poder nas numerosas rebeliões que se desenvolveram na Europa no século XIX. Ao longo desse período o proletariado foi objeto de reflexão de muitos estudiosos da sociedade capitalista: Owen, Fourier, Saint-Simon, Proudhon, Bakunin, Marx e Engels. Organizados em sindicatos e partidos políticos, e recebendo influências diversas de pensadores socialistas e anarquistas, os operários obtiveram grandes melhorias em sua condição de vida e mudanças significativas na sociedade moderna em geral. Veja também Burguesia; Proletariado, Ditadura do.