Conjunto de princípios, normas e funções cuja finalidade é ordenar os fatores de produção de modo a aumentar sua eficiência. Desde o século XIX, a administração científica tem-se desenvolvido como resposta aos problemas e desafios enfrentados pelas empresas com o avanço da Revolução Industrial. A mecanização, a automação, a produção e o consumo em massa forçaram as empresas a crescer extraordinariamente, de forma tal que os padrões tradicionais de direção e controle se tornaram inadequados. A posição do capitão de indústria, do empresário tradicional que tudo controlava pessoalmente, foi seriamente abalada e começaram a surgir os especialistas em administração. A preocupação com a formação de um corpo de conhecimentos sistematizados sobre as tarefas administrativas acentuou-se no início do século XX, sobretudo na França, Estados Unidos e Inglaterra. Frederick Taylor e Henri Fayol foram os primeiros clássicos da administração. Taylor preocupou-se mais com aspectos diretamente ligados ao trabalho nas fábricas, como racionalização de tarefas, estudos de tempos e movimentos de produção — em suma, com o aumento da produtividade e da eficiência. Já Fayol inaugurou uma nova tendência, defendendo a tese de que a racionalização do trabalho não se refere apenas à produção direta em dado instante do processo, mas a toda a estruturação da empresa; os pontos capitais de uma administração científica seriam, portanto, prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Por isso, Fayol ocupou-se sobretudo em analisar funções propriamente administrativas. Teóricos posteriores procuraram mostrar que, além dos processos, é importante estudar os comportamentos. Sustentam que o poder de decisão não se limita ao topo da escala hierárquica, mas ocorre em todos os níveis de uma empresa, onde se encontrem pessoas e não apenas agentes produtivos. Um dos representantes dessa tendência é o sociólogo Robert K. Merton. Outra corrente enfatiza a necessidade de levar em conta que qualquer empresa está necessariamente ligada a determinada sociedade: autores como Wright Mills apontam distorções ideológicas de caráter conservador nas abordagens acadêmicas e insistem em que as condições econômicas, sociais e políticas deveriam merecer a atenção dos teóricos da administração. Nesse sentido, destacam-se ainda os trabalhos dos sociólogos da escola de Max Weber. Esse pensador alemão mostrou como tanto a teoria quanto a prática da administração dita científica surgiram a partir de condições econômicas peculiares aos países desenvolvidos, enquanto as economias subdesenvolvidas apresentam formas administrativas aparentemente mais frágeis. Para os weberianos, o que muitas vezes sugere ineficiência, na perspectiva das teorias acadêmicas, pode constituir um conjunto de recursos altamente funcionais e adequados à sociedade em questão. Veja também Burocracia; Gerencialismo.