Filósofo grego (383-322 a.C.), um dos pensadores mais influentes de todos os tempos. Em suas obras Política, Ética a Nicômaco e Ética a Eudemo, foi o primeiro a abordar os problemas econômicos de um ponto de vista analítico. Criticou a utopia política de Platão, opondo-se a que, entre os membros da classe governante, os bens materiais, as esposas e os filhos fossem comunitários. Para ele, a propriedade privada é melhor do que a comunitária por incentivar a atividade econômica, ressalvando, contudo, que ela deveria submeter-se ao interesse coletivo. Considerava a produção superior ao comércio, admitindo este dentro de certos limites. Defendeu a escravidão que existia em seu tempo por achar que alguns homens são escravos “por natureza”, mas somente os não helênicos deveriam ser escravizados. Aristóteles defendeu a criação de uma ciência dos fatos econômicos, determinou o campo da economia, analisou a troca e esboçou uma teoria da moeda. Distinguiu duas áreas na economia: a “ciência da administração doméstica” (que inclui o lar, a aldeia e a cidade) e a “ciência do abastecimento”. Na primeira área, encontram-se suas ideias a respeito da propriedade privada, da escravidão e outras. No estudo do abastecimento, Aristóteles elaborou um recurso fundamental da teoria econômica moderna: a distinção entre valor de uso e valor de troca: “Há dois usos para todas as coisas que possuímos; ambos pertencem à coisa em si, mas não da mesma maneira, pois um é próprio delas e outro impróprio ou secundário. Por exemplo, um sapato se usa para calçar e para trocá-lo. São dois, portanto, os usos do sapato.” Analisando as trocas, Aristóteles admite o uso do dinheiro mas combate a hipertrofia das trocas quando estas passam a ter como único fim a acumulação de dinheiro. Nesse caso, diz, o dinheiro perde sua função essencial e torna-se um fim em si mesmo. Aqui se encontra sua condenação da usura; seus argumentos nesse sentido desempenharam importante papel na doutrina cristã e na economia medieval. Veja também Crematística.