Rebelião liderada por Manuel Beckman (Bequimão é uma corruptela de Beckman) contra as proibições de escravização de indígenas no Norte do Brasil (Pará) e contra as abusivas condições impostas pela Companhia de Comércio do Maranhão para a importação de nativos africanos que resolvessem o problema da falta de braços existente na região na época. A rebelião teve início em 1684 e foi uma das primeiras contra o domínio da Metrópole, com relativo êxito inicial. Os insurretos aprisionaram o governador, formaram uma junta que determinou a abolição do monopólio na importação de escravos e a deportação dos jesuítas (que defendiam os índios), cujas propriedades foram ocupadas. Contra essa afronta à autoridade da Metrópole, foi organizada uma expedição punitiva, que aprisionou e condenou à morte Manuel Beckman e outros líderes do movimento. No Norte, assim como em outras regiões do país, a falta de mão de obra durante o século XVII foi um problema que só foi parcialmente resolvido com a importação maciça de escravos. Antes disso, porém, especialmente os jesuítas se opunham à escravização dos indígenas, conseguindo obter da Coroa portuguesa algumas regras que os proprietários de terras consideravam inexequíveis, como, por exemplo, pagar salários a esses trabalhadores e conceder-lhes um período relativamente longo para que pudessem cuidar de suas próprias roças. Os colonos sempre se opuseram a tais regras, que com toda a certeza somente poderiam ser implementadas contra a vontade destes, isto é, pela força.