Atualmente, o Clube de Paris ou Clube dos Credores ou, ainda, Grupo dos Dez, consiste num mecanismo para discutir os refinanciamentos multilaterais das dívidas dos países que não são membros da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), formada por Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Grécia, Islândia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda, Noruega, Portugal, Suécia, Suíça, Turquia, Grã-Bretanha, Estados Unidos, Canadá e Japão. Constituída em 1961, a OCDE teve origem na Organização Europeia de Cooperação Econômica (Oece), reunida em 1948 pelos países da Europa Ocidental para a distribuição entre si dos recursos do Plano Marshall. A OCDE tinha um âmbito de operações muito mais amplo do que a Oece e um dos seus objetivos era “contribuir para a expansão do comércio mundial com base em práticas multilaterais e não discriminatórias”, o que significava a ampliação do comércio com todos os países do mundo. Na realidade, os anos do pós-guerra se caracterizaram por grandes superávits no balanço de pagamento dos Estados Unidos e pela escassez de dólares em nível internacional. Para defender sua indústria, seu nível de emprego interno e manter em equilíbrio seus balanços de pagamentos, os países industrializados da Europa apoiaram as exportações em grande escala. A contrapartida foram algumas vantagens oferecidas aos importadores, especialmente no que se refere ao financiamento de suas compras nos países europeus. A América Latina tornou-se um polo de atração para a expansão das exportações europeias, não apenas porque constituía um mercado em dinâmica de crescimento, mas também porque havia acumulado reservas expressivas durante a Segunda Guerra Mundial. Mas essa capacidade aquisitiva não se manteve por muito tempo, e já na década de 50 alguns países latino-americanos, começando pela Argentina e pelo Brasil, encontraram dificuldades para saldar seus compromissos com os países da Oece. Para tratar desses casos, foi constituído um espaço de negociações chamado Clube de Paris, isto é, uma reunião dos credores para discutir o problema da dívida dos países que não pertenciam ao organismo. O Brasil já recorreu várias vezes ao Clube de Paris para a renegociação de sua dívida externa, tendo celebrado, vários acordos com esse organismo. Veja também FMI; Plano Brady.