Conjunto das expedições militares empreendidas pelos europeus entre o final do século XI e o século XIII, para acabar com a dominação dos turcos muçulmanos sobre Jerusalém e outras regiões do Império Bizantino onde se iniciara o cristianismo. Além do sentimento religioso, o movimento foi animado por importantes motivações econômicas. As Cruzadas ofereciam a possibilidade de saque às cidades orientais e o acesso a glebas de terra numa época em que na Europa já não havia mais feudo a ser doado. Para as cidades italianas, particularmente Gênova, Veneza e Pisa, que dominavam a venda de produtos orientais no Ocidente, o empreendimento era um meio de ampliar seus privilégios comerciais junto às cidades mediterrâneas do Oriente fornecedoras de sedas, musselinas, tapetes e especiarias. Assim, na organização da IV Cruzada, o doge de Veneza forneceu 4.500 cavalos, 30 mil soldados, 4.500 cavaleiros, alimentos e armas, com a condição de receber metade do saque e das terras conquistadas. Além disso, as Cruzadas provocaram o deslocamento, pela Europa, de milhares de pessoas, antes isoladas nos feudos, aldeias e pequenos burgos. Isso intensificou o rompimento com o particularismo e o imobilismo feudal e ampliou as relações de troca entre as regiões. E o contato com o Oriente divulgou e aumentou a procura dos produtos daí originários, cujo comércio era monopolizado pelos italianos. Veja também Feudalismo.