Interpretação formal da teoria geral de Keynes, as curvas IS-LM representadas em diagramas mostram: a primeira delas, a Curva IS, as combinações possíveis entre taxas de juros e renda nacional, que mantêm em equilíbrio o mercado de bens e serviços (mercadorias); a segunda, a Curva LM, representa as combinações possíveis entre taxas de juros e renda nacional, que mantêm o mercado monetário em equilíbrio. John Hicks (1904-1989) inicialmente batizou a curva LM apenas como L, mas Alvin Hansen (1887-1975) rebatizou-a como LM, enfatizando que a curva representa pontos nos quais L (demanda por moeda) = M (oferta de moeda). Essas curvas e sua interação representam em síntese a relação de equilíbrio entre taxas de juros e produto nacional e podem ser utilizadas para testar a eficácia de políticas fiscais. A curva IS representa a esfera dos gastos, ou o setor real da economia, e mostra que os gastos de consumo, de investimento ou as despesas do governo se elevam quando as taxas de juros diminuem. A curva LM, por outro lado, mostra que, no âmbito financeiro, um aumento nos gastos só é viabilizado com um deslocamento para cima das taxas de juros. A razão disso estaria na teoria da preferência pela liquidez das pessoas, proposta por Keynes, segundo a qual as pessoas preferem manter seus valores na forma mais líquida possível, isto é, na forma de dinheiro ou de depósitos a vista, para realizar transações — dadas as oportunidades — e investir nos mercados financeiros especulativos. Quando os gastos se elevam, as pessoas necessitam de mais dinheiro para realizar as transações. Se o volume de dinheiro em circulação fosse fixo, as pessoas só poderiam realizar seu desejo de aumentar os gastos se os saldos monetários mantidos para garantir a liquidez diminuíssem. Para que essa redução ocorra, é necessário que as taxas de juros aumentem. Na esfera financeira, portanto, a relação é entre maiores gastos e taxas de juros mais elevadas. O perfil da curva LM é, portanto, ascendente. Os níveis de equilíbrio entre renda (produto) e taxas de juros são fornecidos pela intersecção das curvas IS e LM. Do ponto de vista da eficácia da política fiscal, as curvas IS-LM funcionariam da seguinte maneira: maiores despesas do governo ou redução dos impostos aumentariam a renda das pessoas e, portanto, provocariam maiores dispêndios na sequência. A curva IS seria deslocada de IS1 para IS2. Este aumento dos gastos provoca uma necessidade adicional de dinheiro para as transações, o que, por sua vez, provoca uma elevação das taxas de juros. O aumento inicial dos gastos Y3 – Y1 sofre uma redução (passa a Y2 – Y1), mas o impacto final da política fiscal ainda promove o crescimento da renda ou do produto, pois Y2 – Y1 é positivo.
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Este esquema representa uma determinada interpretação da Teoria Geral de Keynes. No entanto, na medida em que chama a atenção para as condições de equilíbrio do sistema, não focaliza devidamente a estrutura subjacente e uma das questões que perpassam toda a obra keynesiana: a incerteza que caracteriza o mercado monetário e financeiro. Veja também Curva de Phillips; Reagnomics; Supply Side Economics.
CURVAS IS-LM