A. Empresa de economia mista criada em 1942 (Decreto-Lei nº 4.352, 1º/6/1942) tendo o governo federal como acionista principal. É a maior empresa de mineração de ferro do mundo e a principal exportadora mundial do produto. Sua criação resultou do mesmo esforço de nacionalização dos setores básicos que levaria à criação da Companhia Siderúrgica Nacional e da Petrobras. Incorporou a Companhia Brasileira de Mineração e Siderurgia, à qual se integravam a Estrada de Ferro Vitória—Minas e Itabira Mining Company. Opera nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Pará e Mato Grosso do Sul. O transporte de minério das jazidas ao porto de embarque é feito pela ferrovia Vitória—Minas, com 550 quilômetros. Quase toda a exportação é feita pelo porto de Tubarão, em Vitória, inaugurado em 1966. A Vale, com mais de vinte subsidiárias, extrai minérios de ferro, manganês e alumínio e promove projetos de reflorestamento e de industrialização de celulose, fertilizantes, fosfato, titânio e outros metais raros. Opera ainda com transportes marítimos e ferroviários, pesquisas geológicas e engenharia de projetos. Tem uma filial em Nassau, Bahamas (Itabira International Company Ltd. — Itaco) e outra na Alemanha Ocidental (a Itabira Eisenerz G.m.b.H). Sua principal subsidiária, a Docenave (Vale do Rio Doce Navegação S.A.), fundada em 1961 e com sede no Rio de Janeiro, é a segunda maior empresa de navegação do Brasil, encarregando-se da construção de navios e transporte a granel (minério de ferro, carvão, óleo cru, bauxita, açúcar, rocha fosfática, cereais e fertilizantes). Entre as subsidiárias, destacam-se ainda a Florestas Rio Doce S.A. (Belo Horizonte), a Rio Doce Madeiras S.A. — Docemade (Vitória) e a Amazônia Mineração S.A. (Belém). A Vale tem exclusividade na exploração dos 18 bilhões de toneladas de ferro da Serra dos Carajás, no Pará. Todos esses fatores deram à Vale do Rio Doce uma posição de destaque entre as estatais brasileiras, pois sua condição de grande exportadora de minérios e produtos de origem mineral permitiu que ela escapasse dos prejuízos registrados entre 1985 e 1995 em outras empresas estatais de grande porte como por exemplo as do setor siderúrgico. Ao contrário, a Vale apresentou lucros durante esse período que permitiram a ela certa capacidade de investimento e incorporação do progresso técnico. Embora durante o governo Itamar Franco (1992-1994) ela não tenha sido incluída no Programa Nacional de Desestatização, no governo seguinte de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) ela foi incluída e privatizada em 1997, tendo sido adquirida pelo grupo do empresário Benjamin Steinbruch que já havia adquirido a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional).