Poeta, romancista, teatrólogo e diplomata, diplomou-se em Direito em São Paulo, mas radicou-se no Rio de Janeiro onde participou do Clube Republicano e colaborou na redação do Manifesto Republicano de 1870. Apesar disso D. Pedro II o nomeou cônsul privativo em Baltimore. Mais tarde, transferido para Nova Iorque participou como delegado da I Conferência Internacional Americana. Nesta conferência conheceu homens de negócio importantes do país, entre os quais destacava-se o milionário Charles R. Flint, financista e empresário dono de estaleiros navais, ferrovias e negócios de exportação e importação. Mendonça aproximou-se de Flint, de quem se tornou amigo. Em dezembro de 1890, três semanas depois de proclamada a República foi designado chefe da delegação brasileira à Conferência. Sua atuação junto a Flint, e o então presidente Harrisson foi decisiva no sentido dos EUA se tornarem o primeiro país do mundo a reconhecer a República dos Estados Unidos do Brasil. Mendonça foi o principal articulador junto ao governo americano do primeiro tratado comercial com os Estados Unidos que na sua opinião beneficiaria a exportação de açúcar mas cujos opositores no Brasil, consideravam lesivo aos interesses da nascente indústria brasileira. Em 1893 a Revolta da Esquadra contra Floriano Peixoto, Salvador de Mendonça foi acionado no sentido de comprar navios de guerra nos Estados Unidos. Apesar da influência do seu amigo Flint, o então presidente Cleveland manteve uma posição de neutralidade, embora enviasse três navios de guerra que se mantiveram neutros, na baía da Guanabara, para garantir bens e vidas de americanos residentes no Rio de Janeiro, ameaçado de bombardeio pelos almirantes Custódio de Melo e Saldanha da Gama. Flint sentiu que seus negócios de exportação e importação com o Brasil seriam ameaçados com a Revolta, e sugeriu a Mendonça a compra de navios mercantes, que seriam equipados com canhões e seguiriam para o Rio de Janeiro em apoio ao governo. Consultado, Floriano concordou com o plano e enviou recursos para Mendonça organizar o que ficou conhecido como a esquadra de Flint. Navios improvisados, com tripulação despreparada para o combate naval partiram dos Estados Unidos sob cobertura da imprensa americana, anunciando o deslocamento de uma flotilha poderosa. A notícia de que em breve chegariam à baía da Guanabara navios americanos de guerra comprados por Floriano nos EUA pode ter influenciado na decisão de Custódio de Melo e Saldanha da Gama de partirem para o Sul, mas quando a esquadra de Flint chegou ao Rio de Janeiro a situação já estava praticamente definida a favor do governo. Salvador Mendonça foi nomeado ministro plenipotenciário de 1a. Classe do Brasil em Washington e segundo Steven C. Topik em seu livro Comércio e canhoneiras desempenhou papel importante ao forjar a “aliança íntima” entre os dois países iniciada por ele nos últimos anos do Império mais tarde na formação de “uma aliança informal” com os Estados Unidos, especialmente na área do comércio exterior. Sua atuação facilitou o trabalho de Rio Branco e de Joaquim Nabuco, na política externa brasileira da Primeira República, com a adesão à doutrina Monroe e o gradual afastamento dos laços com países europeus, potências colonialistas que dividiam a África, a Oceania e a Ásia e o Canadá, mas mantinham interesses políticos econômicos voltados para a América Latina, com ênfase nas Antilhas e nas Guianas. Nos seus últimos anos Salvador de Mendonça mudou sua opinião a respeito dos Estados Unidos, que então passaram a intervir de forma imperialista em Porto Rico, Cuba e as Filipinas. Veja também Doutrina Monroe.