Modelo econômico caracterizado por um conjunto de medidas visando a dar maior ênfase à política de exportações de um país. Essas medidas caracterizam-se principalmente por incentivos fiscais dados aos produtos de exportação e por uma política cambial que permita colocar o produto no mercado exterior a preços competitivos. No Brasil, o chamado modelo exportador começou a ser aplicado a partir de 1964 com a concessão de uma série de incentivos das mais variadas espécies. Nos primeiros anos essas medidas eram fundamentalmente “desagravadoras”, ou seja, procuravam eliminar ao máximo os gravames que aumentavam o preço real do produto a ser exportado e impediam sua penetração no mercado internacional. Entre 1964 e 1968, tais medidas incluíram a desburocratização, a redução e a simplificação dos trâmites administrativos (que em muito aumentavam os custos da operação exportadora), a isenção do IPI e do ICM sobre as exportações de produtos manufaturados, a isenção ou redução de impostos e taxas desnecessárias e a implantação do sistema de drawback. A isenção do Imposto de Renda e do Imposto de Importação, bem como o financiamento às exportações e financiamentos de vendas de serviços no exterior, foram outras das medidas adotadas nesse período. Importante fator do aumento das exportações foi a adoção de uma taxa de câmbio flexível e as seguidas minidesvalorizações que desde 1968 vêm alterando a taxa de câmbio do dólar. Até 1971, os incentivos governamentais às exportações buscavam principalmente uma melhor utilização dos dispositivos já existentes, mas a partir daí foram criados novos incentivos com a finalidade de aumentar a capacidade instalada até então. Assim, a partir de 1972 esses incentivos à exportação se estendiam a benefícios fiscais dados a programas voltados especialmente à exportação, por meio dos Benefícios Fiscais a Programas Especiais de Exportação (Befiex). Estabeleceram-se também incentivos à transferência de indústrias para o Brasil e às empresas de comercialização (trading companies). Além disso, foram baixadas medidas que favoreciam certos setores específicos, como minerais elaborados, veículos, navios e embarcações. Aproximadamente 60% dos produtos exportados pelo Brasil ou são produtos primários, como açúcar, soja e café, minério de ferro ou estão diretamente ligados a produtos primários, como, por exemplo, óleo e torta de soja, café solúvel e tecidos de algodão. Os restantes 40% correspondem a produtos manufaturados, que variam de sapatos a automóveis e armamentos. Veja também Substituição de Importações.