Sistema de trabalho forçado, baseado nas dívidas do trabalhador (do espanhol peón = peão) com seu empregador-credor, e praticado generalizadamente na América Latina a partir do século XIX. Depois de se tornarem independentes da Espanha, países como México, Peru, Guatemala e outros dependiam do cultivo em larga escala de produtos como a cana-de-açúcar, que requerem oferta estável de força de trabalho barata. Por meio de uma série de mecanismos — adiantamentos salariais e a obrigação de o peão comprar nos armazéns (barracões) do patrão —, os proprietários das plantations mantinham seus trabalhadores a maioria indígenas — num estado inescapável de endividamento. Tal situação impedia que um trabalhador mudasse de emprego, sendo os preços e salários cuidadosamente calculados para que o pagamento da dívida se tornasse inviável. Os débitos eram hereditários, passando de pai para filho, o que na realidade transformava os peões em servos, sem no entanto gozar de nenhum dos direitos da servidão. Embora a peonagem tenha sido abolida oficialmente no México e nos demais países latino- americanos a partir de 1915, ainda persiste mais ou menos nos mesmos moldes em muitas regiões do continente. No Brasil, o sistema é conhecido como barracão.