Movimento ou forma de atuação política característico da África, Ásia e América Latina, em que se enfatiza a relação direta entre a cúpula do Estado e as massas populares, mediada pelo desempenho político de um líder carismático. Apresenta em geral uma ideologia difusa, sem espírito de classe manifesto. Sua valorização popular pode ser espontânea, ou um recurso manipulado por ideologias de direita ou de esquerda. Pelo destaque dado à questão da vontade popular e ao caráter plebiscitário estabelecido entre o governo carismático e o povo, também se detectam características populistas no governo de Luís Bonaparte e mesmo em De Gaulle. O termo foi aplicado primeiro aos narodniki (populistas), movimento anticzarista de intelectuais russos que buscava base no campo; e ao movimento político de base agrária que ocorreu no sul e no oeste dos Estados Unidos em fins do século XIX, contra o domínio dos capitalistas do leste do país. Na América Latina, o populismo se desenvolveu sobretudo a partir de 1930, com a ascensão de Getulio Vargas ao poder no Brasil e posteriormente de Perón, na Argentina. Na liderança do populismo latino-americano há políticos provenientes de camadas médias urbanas, das Forças Armadas (Perón) e em alguns casos da própria aristocracia rural (Getulio). Mas sua base de apoio típica são as camadas populares urbanas de origem rural mais necessitadas e desorganizadas politicamente. O populismo latino-americano tem apresentado características nacionalistas, particularmente em relação aos Estados Unidos, e acentuado o papel do Estado como elemento capaz de assegurar a independência nacional, principalmente como instrumento promotor do desenvolvimento econômico. Essa ação do Estado se faz presente no plano econômico, no qual ele atua como principal investidor e entidade política capaz de assegurar o desenvolvimento de um capitalismo nacional e autônomo, livre da ingerência externa.