Denominação dada a vários movimentos de revolta nas províncias nordestinas entre 1874 e 1875 à raiz da introdução do sistema métrico decimal como único sistema a ser adotado em todo o Império. Em 26 de junho de 1862, foi aprovada a lei que estabelecia a adoção do Sistema Métrico Decimal no Brasil. No entanto, sua entrada em vigor deu- se apenas a partir de 1872. Até essa data, vigoravam, desde o período colonial, medidas diversas como o arrátel, o almude, côvados, libras, quintais, misturando padrões portugueses, ingleses, espanhóis e as respectivas adaptações locais como a tarefa e o alqueire do norte. A adoção do Sistema Métrico Decimal em 1872 causou grande irritação nos consumidores, que, acostumados às antigas medidas, viam na mudança uma maneira de serem espoliados pela cobrança dos respectivos impostos, cujas alíquotas estavam aumentando bastante, além da criação de novos impostos. Em Pernambuco, entre 1870 e 1875, foram criadas mais de 20 taxas e, entre as que já existiam, cerca de 29 sofreram majoração. A revolta, portanto, não teria sido apenas contra uma mudança no sistema de pesos e medidas mas, sim, contra aumentos da carga tributária e do custo de vida, elementos que se encontravam subjacentes quando a adoção do novo sistema tornou-se obrigatória. Havia também uma questão político-religiosa que contribuiu para a radicalização do movimento que se manifestou na destruição dos novos pesos e medidas e na perseguição dos coletores de impostos. O Partido Liberal, alijado do poder em 1868, estimulava a oposição contra o governo conservador e combinava esse tipo de ação juntamente com setores da Igreja Católica contra os maçons e as autoridades imperiais acusadas de pertencer à maçonaria. Essas revoltas foram sufocadas violentamente com tropas do Exército e das polícias locais.