O sistema tributário na França na época era tão complexo como ineficiente. Em primeiro lugar Turgot buscou eliminar as taxas que incidiam sobre os produtos agrícolas que eram transportados de uma província para outra. E também sobre aquelas que incidiam sobre as comunidades na forma de “capitação”, isto é, pagava-se tributo de acordo com o número de pessoas de cada família. O mais importante, no entanto eram os impostos pagos na forma da “talha” à Coroa e o “dízimo” à Igreja. Estes impostos incidiam sobre os rendimentos dos agricultores. A Coroa não os coletava diretamente vendendo os direitos de cobrança aos ricos e poderosos proprietários locais. Os fisiocratas combatiam este sistema denominado “ferme general” pois seus titulares, os “fermiers generaux”, tendo pago por adiantado à Coroa extorquiam dos agricultores muito mais. Faziam da cobrança de impostos um lucrativo negócio. O resultado era um desestímulo à agricultura, pois os produtores eram prejudicados pelos elevados tributos e pelos baixos preços dos produtos agrícolas no mercado interno. Além disso, a Coroa recebia muito menos do que deveria uma vez que parte da tributação terminava nos bolsos dos setores mais ricos da sociedade francesa. A baixa produtividade da agricultura — se comparada, por exemplo, à agricultura inglesa — e o desestímulo ao aumento da produção levavam os fisiocratas a concluir que a agricultura era incapaz de manter uma população crescente. Turgot tentou eliminar os entraves mercantilistas que dificultavam a circulação de mercadorias agrícolas e mudar a estrutura tributária gerando mais recursos para a Coroa e reduzindo os enormes déficits com os quais esta operava. Mas sua permanência no Ministério das Finanças teve curta duração: de julho de 1774 até maio de 1776. Pouco tempo depois da queda de Turgot as reformas introduzidas por ele foram revertidas e a influência das ideias dos fisiocratas sobre a política econômica, ao contrário das propostas mercantilistas, praticamente desapareceram. Veja também Fisiocratas.