Conjunto de registros de receitas e despesas do setor público nos três níveis de governo: União, estados e municípios. O resultado dessas contas pode ser um equilíbrio, um déficit ou um superávit. O déficit ou o superávit podem ser considerados de três diferentes ângulos: o déficit ou superávit nominal, que correspondem ao resultado nominal dessas operações — sem considerar os efeitos da inflação sobre elas; o resultado primário dessas operações, ou seja, sem atentar para as despesas com juros das dívidas interna e externa; e o resultado operacional, isto é, que leva em conta todas as despesas (inclusive os juros) e receitas governamentais. Se a inflação for muito pequena ou nula, pode-se operar com o conceito de déficit nominal. Em nosso caso, como as taxas de juros têm sido excepcionalmente elevadas, e as dívidas — especialmente a interna — têm sido também consideráveis, além de ainda sobreviver um pequeno processo inflacionário, o mais apropriado é utilizar o conceito de déficit operacional, que inclui as despesas com juros, eliminados os efeitos da inflação. O Banco Central considera esses resultados segundo a perspectiva da necessidade de financiamento. Quando essas contas apresentam um déficit, a necessidade de financiamento do setor público é equivalente a ele. Quando ocorre um superávit, o Banco Central declara que a necessidade de financiamento do setor público foi negativa. Entre 2001 e 2005, como mostra o quadro a seguir, embora o superávit primário tenha sido muito elevado — quase 4,5% do PIB, em média —, não foi suficiente para cobrir os juros, que se situaram em torno de 7,5% do PIB, do que resultou um déficit nominal (operacional) de cerca de 2,7% do PIB em 2005. A partir de 2006 o superávit primário cai, alcançando menos de 3% em 2009 e 2010 e o déficit nominal variou entre 3,3% e 2,5% do PIB. Veja também Contas do Governo; Déficit Público.