Comerciante, tradutor e economista, Davanzati nasceu em Florença, e ali trabalhou até o final de sua vida. Suas obras mais importantes foram Notizie dei Cambi (Anotações sobre o Câmbio), 1582, na qual ele explica as operações com moedas estrangeiras, e Lezione delle Monete (Lições sobre a Moeda). Sua análise sobre o câmbio mostra como as taxas flutuam entre gold points, de acordo com a oferta e a demanda de notas, sendo tais gold points determinados por um prêmio de risco, custo de transporte e perda de juros, enquanto os fundos estão em trânsito. As considerações de Davanzati sobre a moeda constituem uma das primeiras versões da visão dos metalistas sobre a origem e a natureza do dinheiro. Ele destaca as vantagens do dinheiro sobre o escambo, por facilitar as trocas entre países e a divisão do trabalho. Para explicar a origem do valor do dinheiro, Davanzati apresenta uma primitiva teoria quantitativa, que relaciona o valor dos estoques de mercadorias com o estoque de moeda. Embora consciente da importância da circulação monetária, não relacionou isto com o conceito da velocidade de circulação. Davanzati criticava as desvalorizações monetárias por meio da recunhagem, e defendia que a moeda deveria circular “de acordo com o seu valor intrínseco”, isto é, pela quantidade fixa de material que a compunha. Na tradição metalista, definia o dinheiro como “ouro, prata e cobre” cunhados pela autoridade pública, transformando-se no preço e na medida das coisas. O dinheiro não metálico ou não conversível somente poderia circular junto ao público pela coerção. Veja também Teoria Quantitativa do Valor da Moeda.