Fenômeno econômico-financeiro (dollar gap) que se caracteriza por excessiva demanda de dólares no mercado mundial. Ao mesmo tempo, não ocorre um movimento equivalente nas operações cambiais, envolvendo as moedas nacionais que se encontram desvalorizadas em relação ao dólar. Embora o fenômeno já tivesse ocorrido logo depois da Primeira Guerra Mundial com o dólar e também com a libra esterlina, a escassez do dólar foi um caso típico do fim da Segunda Guerra Mundial até meados dos anos 50, quando a moeda norte- americana substituiu definitivamente a inglesa no âmbito internacional. Nessa época, os países europeus, asiáticos e africanos devastados pelo conflito lançaram-se a uma intensa busca de dólares para fazer frente às necessidades da reconstrução; ao mesmo tempo não dispunham de reservas em ouro nem contavam com um comércio exportador capaz de captar divisas. Esse desequilíbrio passou então a ser coberto por meio de empréstimos aos Estados Unidos, contenção de importações e emprego de mecanismos eficientes para o controle cambial. Essas medidas, no entanto, se revelariam insuficientes para a recuperação das economias destruídas pela guerra, o que levou à implantação, na Europa, do Plano Marshall, marcado por uma grande captação de investimentos norte-americanos na região. Com isso, houve uma gradual recuperação da capacidade produtiva europeia e equilibraram-se as relações cambiais internacionais baseadas no dólar. Atualmente, muitos organismos financeiros internacionais (como o FMI) atuam como instrumentos de prevenção a uma possível escassez de dólares. Veja também Plano Marshall.