Durante o período colonial (1500- 1822), circularam no Brasil vários tipos de moeda. Algumas cunhadas em Portugal e outras já em território brasileiro com a criação das Casas de Fundição e as Casas da Moeda. Já circulavam em Portugal as seguintes moedas: o cruzado (D. Afonso), o real e o meio real (D. Fernando), o cinquinho (D. João II), o Real Preto (D. Duarte) e o Ceitil, moeda talvez originada de Ceuta e cunhada no reinado de D. João I. Durante o reinado de D. Manuel, foram estabelecidas oficinas para a cunhagem de moedas em Cochim, Goa e Malaca, nas quais foram cunhados cruzados de ouro, espheras de prata e leaes e dinheiros de cobre. Em 1489, D. Manuel determinava as seguintes relações de valor para o real também chamado vintém, moeda de prata que já circulava desde o século XIV: 1 real de prata (vintém) = 20 reaes brancos 1 real branco (bilhão) = 10 reaes pretos 1 real preto (cobre) = 6 ceitis. Foram cunhadas também as seguintes moedas: portuguez, quarto de cruzado, meio portuguez, tostão, meio tostão e o índio. As equivalências entre essas moedas e as anteriores eram as seguintes: Ouro: portuguez = 10 cruzados cruzado = 400 reaes brancos; quarto de cruzado = 100 reaes brancos .. P rata: meio portuguez = 200 reaes brancos; tostão = 100 reaes brancos meio tostão = 50 reaes brancos índio = 33 reaes brancos; real (vintém) = 20 reaes brancos meio real = 10 reaes brancos cinquinho = 5 reaes brancos; Cobre: real (preto) = 6 ceitis meio real = 3 ceitis ceitil. O conteúdo metálico das moedas tomando-se por base o real de prata (vintém) devia ser aproximadamente 2,4 g de prata para cada unidade, uma vez que um marco de prata devia produzir 114 reaes de prata, sendo o marco uma medida de peso equivalente a aproximadamente 228,552 g. A partir do reinado de D. Manuel, os reaes brancos deixam de ser cunhados. Essa situação inicial, na época do descobrimento em 1500, sofre várias alterações, com novas relações de valor estabelecidas entre as várias moedas e a cunhagem de novas moedas. No reinado de D. João III (1521-1557), surgem o s. vicente e o meio s. vicente de ouro, valendo respectivamente 1.000 e 500 reaes, e o cruzado calvário pesando 7,48 g. Em prata, são cunhados o meio tostão (50 reaes), o meio vintém (10 reaes), o real portuguez (40 reaes) e o real português dobrado (80 reaes). Em cobre, são cunhados os dez reaes (patacões) valendo (10 reaes) e o três reaes (3 reaes), o ceitil híbrido e o bastardo calaim (estanho). Durante o curto reinado de D. Sebastião (1557-1578), são cunhados os 500 réis de ouro, também chamado de engenhoso valendo 500 réis. No reinado de D. Felipe I (1580-1598), durante a época da unificação, surgem os reales singelos, moedas castelhanas equivalentes a 40 reales. Até o reinado de D. João IV (1640-1657) não surgem novas moedas. Durante esse reinado, é cunhada em ouro a conceição (12.000 reaes). No reinado de D. Afonso IV (1656-1667), são cunhadas em ouro a moeda (4.000 reaes), a meia moeda (2.000 reaes) e o quarto de moeda (1.000 reaes). Durante a regência e o reinado de D. Pedro II (1667-1706) e com a instalação das primeiras Casas da Moeda no Brasil (1694 — Bahia) e (1698 — Rio de Janeiro), tem início a cunhagem em prata da pataca (320 réis), a duas patacas (640 réis) e a meia pataca (160 réis). Durante o longo reinado de D. João V (1706-1750), são cunhados os dobrões em ouro (12.000 réis) e seus múltiplos e submúltiplos: dobrão de cinco moedas (24.000 réis), e as dobras de oito escudos (12.800 réis), dobra de quatro escudos (6.400 réis), também chamada peça, e a dobra de dois escudos (3.200 réis), chamada meia peça. No reinado de D. José (1750-1777), são cunhados em ouro pela Casa da Moeda do Brasil os escudos (1.600 réis) e os meios escudos (800 réis). Durante o reinado de D. João VI (1799-1822), a única cunhagem nova é a do pataco em bronze valendo 40 réis. Veja também Casa da Moeda; Cunhagem.